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São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2003

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CMN define meta de inflação hoje

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A tendência da equipe econômica até ontem era não alterar a meta de inflação prevista para 2004, que é de 5,5% ao ano, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Para o ano seguinte, a tendência, segundo a Folha apurou, é fixar uma meta menor, mas não muito diferente da de 2004.
Pelo sistema de metas de inflação, criado em 1999 pelo governo FHC, o CMN (Conselho Monetário Nacional), que se reúne hoje, define neste mês a meta de 2005.
Há uma divisão no governo a respeito da eventual alteração da meta de 2004 e da fixação da meta de 2005. A ala que deseja maior espaço para políticas que promovam crescimento econômico, como maior queda da taxa de juros, defende a mudança da meta em 2004, bem como a fixação de meta mais "elástica" para 2005.
Argumento: seria mais fácil atingir o crescimento de 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2004 e até uma taxa maior em 2005. Para os críticos, isso pode trazer risco inflacionário.
A posição do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, apesar de cautelosa em relação à inflação, prevê espaço para uma meta não-draconiana em 2005, segundo apurou a Folha. Há no governo quem defenda uma meta de 4% para 2005, objetivo tido como muito rígido pelos defensores de maior folga, como o ministro Guido Mantega (Planejamento) e até mesmo Palocci.
Os defensores de metas mais baixas se preocupam com a volta da inflação. A depender da posição de Palocci, seria adotado um meio-termo: manter a meta de 5,5% para 2004 e determinar uma meta para 2005 menor, mas mais próxima de 5,5% do que de 4%.
Mantega deverá defender hoje a adoção de metas de inflação que possibilitem maior crescimento econômico. Ontem, Mantega esteve com o presidente Lula para falar sobre o assunto. Uma das alternativas seria alcançar a meta deste ano, de 8,5%, em um prazo mais longo. O mesmo poderia ser feito com a meta do ano que vem.
Mantega, porém, não deve entrar em atrito com a Fazenda caso a opção seja manter inalteradas as metas de 2003 e de 2004. Mas assessores dizem que Mantega está disposto a promover uma discussão mais profunda sobre as metas, um sistema que não tem sido cumprido à risca e que é visto por seus críticos como uma amarra que dificulta o crescimento econômico. (KENNEDY ALENCAR, NEY HAYASHI DA CRUZ E SÍLVIA MUGNATTO)


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