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CMN define meta de inflação hoje
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A tendência da equipe econômica até ontem era não alterar a
meta de inflação prevista para
2004, que é de 5,5% ao ano, segundo o IPCA (Índice de Preços
ao Consumidor Amplo). Para o
ano seguinte, a tendência, segundo a Folha apurou, é fixar uma
meta menor, mas não muito diferente da de 2004.
Pelo sistema de metas de inflação, criado em 1999 pelo governo
FHC, o CMN (Conselho Monetário Nacional), que se reúne hoje,
define neste mês a meta de 2005.
Há uma divisão no governo a
respeito da eventual alteração da
meta de 2004 e da fixação da meta
de 2005. A ala que deseja maior
espaço para políticas que promovam crescimento econômico, como maior queda da taxa de juros,
defende a mudança da meta em
2004, bem como a fixação de meta
mais "elástica" para 2005.
Argumento: seria mais fácil
atingir o crescimento de 3,5% do
PIB (Produto Interno Bruto) em
2004 e até uma taxa maior em
2005. Para os críticos, isso pode
trazer risco inflacionário.
A posição do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho,
apesar de cautelosa em relação à
inflação, prevê espaço para uma
meta não-draconiana em 2005,
segundo apurou a Folha. Há no
governo quem defenda uma meta
de 4% para 2005, objetivo tido como muito rígido pelos defensores
de maior folga, como o ministro
Guido Mantega (Planejamento) e
até mesmo Palocci.
Os defensores de metas mais
baixas se preocupam com a volta
da inflação. A depender da posição de Palocci, seria adotado um
meio-termo: manter a meta de
5,5% para 2004 e determinar uma
meta para 2005 menor, mas mais
próxima de 5,5% do que de 4%.
Mantega deverá defender hoje a
adoção de metas de inflação que
possibilitem maior crescimento
econômico. Ontem, Mantega esteve com o presidente Lula para
falar sobre o assunto. Uma das alternativas seria alcançar a meta
deste ano, de 8,5%, em um prazo mais longo. O mesmo poderia ser
feito com a meta do ano que vem.
Mantega, porém, não deve entrar em atrito com a Fazenda caso
a opção seja manter inalteradas as metas de 2003 e de 2004. Mas assessores dizem que Mantega está
disposto a promover uma discussão mais profunda sobre as metas, um sistema que não tem sido cumprido à risca e que é visto por seus críticos como uma amarra
que dificulta o crescimento econômico.
(KENNEDY ALENCAR, NEY HAYASHI DA CRUZ E SÍLVIA MUGNATTO)
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