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TELEFONIA
Aumento pode ser dividido em até três parcelas, segundo a Anatel
Governo pede e teles abrem mão de um reajuste maior
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pedido do governo, a Brasil
Telecom e a Telefônica abriram
mão de um aumento maior previsto em contrato para o reajuste
anual de tarifas e já negociam com
a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) o parcelamento
do aumento de julho.
Segundo os contratos em vigor
até dezembro de 2005, as empresas podem solicitar à Anatel o reajuste anual das tarifas de sua cesta
de produtos -habilitação, pulso
e assinatura- com base no IGP-DI acumulado dos últimos 12 meses (30,05%). A fórmula do reajuste prevê um desconto de 1% de
produtividade das empresas, o
que dá 28,75%.
Além disso, há uma regra que
permite aumentar em até mais
9% o índice da cesta e reduzir na
mesma proporção um outro item.
Ou seja, as empresas podem, de
acordo com os contratos, aplicar
28,75% em um dos itens, um reajuste 9% maior em outro e um aumento 9% menor no terceiro.
Tradicionalmente, o acréscimo de
9% era feito na assinatura.
Segundo cálculos do Ministério
das Comunicações, o aumento na
assinatura, levando em conta o
que é previsto na concessão, poderia atingir até 41,75%. Isso representaria um impacto de 1,2
ponto percentual na taxa de inflação. Sem o fator de 9%, o aumento da telefonia fixa terá impacto
de 0,5 ponto percentual sobre a
inflação medida pelo IPCA.
Na negociação com o governo,
que se arrasta há três semanas, as
empresas desistiram do acréscimo de 9% e protocolaram na
Anatel pedido de aumento anual
de 28,75% para a assinatura.
Embora a lei estabeleça que a
Anatel é a responsável pela definição das tarifas, o pedido das empresas foi protocolado na agência
após duas semanas de conversas
com os ministérios da Fazenda,
Justiça e das Comunicações, sem
a presença da agência.
Empresas e técnicos da Anatel
discutem, agora, o parcelamento
desse índice. Segundo o presidente da agência, Luiz Guilherme
Schymura, há possibilidade de
parcelamento em até três vezes e
não apenas em duas vezes, como
foi divulgado inicialmente.
Segundo representantes da Brasil Telecom e da Telefônica, está
em discussão um aumento em julho e outro em dezembro ou janeiro de 2004. A Folha não conseguiu confirmar se a Telemar, a
outra empresa de telefonia fixa,
concordou em abrir mão do adicional de 9%.
O aumento deste ano, que entra
em vigor no sábado, deverá ser de
14% a 17%, segundo a Folha publicou há duas semanas, cerca de
metade do índice que as concessionárias pediram à Anatel.
No cardápio de contrapartidas em discussão estão: redução dos
prazos para suspensão da linha em caso de inadimplência, obrigatoriedade da lista telefônica e
metas de universalização e de
qualidade.
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