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CONTAS EXTERNAS
Fluxo de capital externo cai para US$ 207 mi em maio, mas é compensado pelo saldo da balança comercial
País "troca" investimentos por exportações
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O fluxo de capital externo para o
Brasil sofreu uma forte queda nas
últimas semanas, segundo o Banco Central. Houve redução no fluxo de investimento estrangeiro
direto e empresas brasileiras tiveram dificuldades em financiar
suas dívidas no mercado externo.
Os investimentos estrangeiros
ficaram em US$ 207 milhões no
mês passado -bem abaixo da
média mensal de US$ 1,08 bilhão
projetada pelo BC para este ano.
O bom desempenho da balança
comercial, com superávit de US$
11,243 bilhões até maio, porém,
tem compensado esse fluxo menor de investimento estrangeiro e
ajudado as contas externas a terem um bom resultado.
No mês passado, o saldo das
contas externas ficou positivo em
US$ 1,478 bilhão -o melhor resultado desde 1947.
Diante dos resultados, o Banco
Central alterou duas projeções. O
fluxo de investimento estrangeiro
direto neste ano deve ser de US$
12 bilhões, ao invés dos US$ 13 bilhões previstos anteriormente. Já
o superávit da balança comercial
deve atingir US$ 26 bilhões
-8,3% a mais do que a perspectiva original.
O resultado dos investimentos
em maio foi afetado, diz o BC, por
uma operação de uma empresa
dos EUA, que retirou US$ 351 milhões do país.
Neste mês, o ingresso de investimento estrangeiro já registra uma
recuperação: até ontem, o país havia recebido US$ 515 milhões.
Dados parciais, fechados ontem, mostram que o setor privado
conseguiu rolar 10% das parcelas
da dívida externa que venceram
neste mês. Essa proporção é uma
das mais baixas já registradas.
Nos primeiros cinco meses do
ano, 98% dos vencimentos do período haviam sido renovados.
Entre janeiro e maio, a entrada
de investimentos estrangeiros ficou em US$ 3,307 bilhões. Desse
valor, somente US$ 2,668 bilhões
ingressaram efetivamente no Brasil neste ano. Os US$ 639 milhões
restantes se referem a operações
chamadas de conversão, em que a
dívida de uma empresa é transformada em investimento, ou seja, o antigo credor se torna sócio.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes,
afirma que a queda no fluxo de capital para o país reflete as adversidades no mercado externo. "Houve uma queda no fluxo de recursos para países emergentes."
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