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CONTAS EXTERNAS
Saldo de US$ 1,478 bi registrado em maio é o maior desde 1947
Superávit com o exterior bate recorde
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil registrou, em maio, seu
melhor resultado na conta de
transações correntes, que inclui
todas as operações de compra e
venda de bens e serviços realizadas com outros países. Em maio,
esse saldo ficou em US$ 1,478 bilhão, o maior já registrado desde
que o Banco Central começou a
calcular o indicador, em 1947.
Devido ao resultado, o BC elevou sua estimativa para o superávit em transações correntes deste
ano. A projeção passou de US$
300 milhões para US$ 2,5 bilhões.
A conta de transações correntes
é formada pela balança comercial
(exportações menos importações), pela balança de serviços e
rendas (pagamento de juros, remessas de lucros e gastos com viagens internacionais, entre outros)
e pelas transferências unilaterais
(dinheiro enviado para o Brasil
por pessoas que moram no exterior, e vice-versa).
Entre janeiro e maio, o superávit em transações correntes ficou
acumulado em US$ 2,426 bilhões,
o que reflete, principalmente, o
elevado saldo alcançado pela balança comercial. Nesse período, as
exportações superaram as importações em US$ 11,243 bilhões, valor 39,8% maior do que o registrado no mesmo período de 2003.
"O resultado é positivo porque
dá mais sustentação ao balanço
de pagamentos", afirma o chefe
do Departamento Econômico do
Banco Central, Altamir Lopes. O
balanço de pagamentos é a contabilização de todos os dólares que
entram e saem do país. Ele pode
ser dividido em duas partes: as
transações correntes e a conta financeira -que inclui empréstimos e investimentos obtidos no
exterior.
No Brasil, o saldo da conta de
transações correntes é tradicionalmente negativo, devido, em
boa parte, aos elevados gastos
com juros da dívida externa -serão US$ 13,6 bilhões neste ano,
entre compromissos do governo e
do setor privado. Por isso, sempre
havia a necessidade de atrair
grandes quantidades de capital
estrangeiro -por meio de empréstimos e investimentos- para
compensar esse déficit.
Com a desvalorização do real,
que se acumulou desde que a cotação do dólar deixou de ser controlada pelo governo, em 1999, as
exportações foram favorecidas,
pois os produtos brasileiros ficaram mais competitivos no mercado internacional.
Balança
De acordo com projeção do BC,
a balança comercial deve registrar
um superávit de US$ 26 bilhões
neste ano, valor que, se confirmado, será 4,7% maior do que o resultado de 2003.
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