São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2004

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Snow diz que recuperação dos EUA levará novos investimentos ao Brasil

DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

O secretário do Tesouro dos EUA, John Snow, afirmou ontem após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) que a atual recuperação econômica americana deve levar novos investimentos ao Brasil.
"Nós [os EUA] estamos ficando cada vez mais fortes nesse momento, com crescimento e aumento nos lucros das empresas. Vamos olhar para novas oportunidades. O investimento acontece onde o capital é respeitado de maneira irrestrita, e isso está ocorrendo no Brasil", disse.
Segundo o secretário do Tesouro americano, o Brasil vai "se beneficiar muito" da atual fase de crescimento dos EUA. Ele disse que empresas americanas teriam interesse também em investir na área de infra-estrutura no Brasil.
Snow fez uma série de elogios à economia brasileira e afirmou que mesmo a expectativa de elevação das taxas de juros nos EUA não afetará "as tendências positivas" em relação ao país.
"A economia brasileira está preparada para essa mudança, e o aumento dos juros deve ocorrer dentro de um contexto de crescimento econômico, naturalmente", afirmou, ao lado do ministro Palocci, durante entrevista.

Inflação e crescimento
Questionado sobre a atual pressão sobre os índices de preços no Brasil, Palocci afirmou que "ainda é cedo" para pensar em mudança nas metas inflacionárias do Brasil para 2005.
"Essa resposta não pode ser dada hoje. Há um cenário de pressão atualmente, como já houve em outros meses recentes. Esperamos que isso venha a se inverter." Palocci afirmou que sua prioridade hoje é "a melhoria do ambiente de negócios" no Brasil, com a aprovação de projetos (como a Lei de Falências) que ampliem a segurança dos investidores.
Respondendo a uma preocupação presente durante o seminário, de que o Brasil está demorando demais para tomar algumas medidas importantes, Palocci afirmou: "O importante não é votar certas matérias em um mês, mas introduzir de forma correta as modificações necessárias".
O ministro disse que muitos economistas já acreditam em um crescimento acima de 3,5% para o Brasil em 2004. "Nossa preocupação, no entanto, não é com o resultado desse ano, que está garantido, mas com o ambiente para podermos crescer mais.".
"Se ficarmos abaixo do previsto, pior. Teremos de trabalhar mais", afirmou. (FCz)


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