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PPP pode ficar para o ano que vem
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apresentado pelo governo como grande oportunidade de investimentos no Brasil, o projeto
das PPPs (Parcerias Público-Privadas) pode ficar para o ano que
vem. "É o projeto que está e que ficará mais atrasado", disse à Folha
o líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP).
Segundo Mercadante, a prioridade no Senado agora é aprovar a
Lei de Falências, cuja votação está
prevista para ser concluída na
próxima terça-feira. "Depois, temos de votar a Lei de Informática,
a emenda da Cide [Contribuição
de Intervenção do Domínio Econômico, que incide sobre os combustíveis)], a reforma do Judiciário e a Lei de Biossegurança",
completou.
A razão para a demora na votação do projeto da PPP é que não
há consenso sobre o projeto nem
mesmo entre senadores da base
aliada. "Do jeito que está, eu voto
contra", afirmou Roberto Saturnino (PT-RJ).
Depois de aprovado na Câmara,
o projeto precisa passar agora pela CAE (Comissão de Assuntos
Econômicos) e pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do
Senado antes de ir a plenário.
Pelo regimento do Congresso,
os parlamentares entrariam em
recesso a partir da próxima semana. O governo negocia com a Câmara e o Senado, no entanto, para
que o recesso de meio de ano seja
adiado.
Segundo Mercadante, se ocorrer o adiamento, "é possível" votar o projeto [no Senado] antes do
recesso. Se houver autoconvocação dos parlamentares, "com certeza será aprovado", disse.
Ele lembrou que todos os projetos que precisam ser votados no
Senado antes das PPPs já estão em
plenário, ou seja, não precisam
mais passar por comissões, o que
agiliza o processo.
O presidente da CAE, senador
Ramez Tebet (PMDB-MS), acredita, no entanto, que são grandes
as chances de o projeto das parcerias ser apreciado somente em
2005.
Por pressão de vários parlamentares, o governo concordou em
realizar mais uma audiência pública no Senado para debater o
projeto. Segundo Tebet, isso levará pelo menos uns 30 dias, pois só
será feito depois de o governo votar os demais projetos eleitos como prioritários.
Com eleições municipais marcadas para outubro, em agosto já
começa o esvaziamento no Congresso, com vários senadores participando de campanhas em seus
Estados. Por isso Tebet acredita
que haja o risco de as PPPs ficarem para 2005.
Saturnino apresentou uma série
de emendas ao projeto. "Mas desisti de lutar pelas emendas porque agora estou contra o projeto
todo", disse ele.
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