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CONTAS PÚBLICAS
Arrecadação em maio não atingiu meta, e saldo negativo ficou em R$ 2,343 bilhões
Previdência tem déficit acima do esperado
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O déficit do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) subiu
além do esperado em maio e estourou a meta fixada pelo Ministério da Previdência Social para o
mês. O resultado das contas previdenciárias ficou negativo em R$
2,343 bilhões -a expectativa era
de rombo de R$ 2,063 bilhões.
Segundo o ministro da pasta,
Romero Jucá, houve queda nas
receitas. Além disso, o ministério
não conseguiu concluir uma série
de medidas em estudo para aumentar a arrecadação. "Mas, se
olharmos para o acumulado no
ano, vamos ver que gastamos menos que o previsto. O déficit está
abaixo da meta", disse Jucá.
Para o período janeiro-maio, a
previsão do ministério era fechar
as contas com saldo negativo de
R$ 14,605 bilhões. O resultado
acumulado está em R$ 12,943 bilhões, sem descontar a inflação.
Apesar disso, quando se comparam os cinco primeiros meses
com o mesmo período de 2004, o
déficit sobe 13,8% em termos
reais. Corrigindo-se os dados pelo
INPC (Índice Nacional de Preços
ao Consumidor), o resultado de
2004 fica em R$ 11,555 bilhões,
contra R$ 13,152 bilhões de 2005.
Os dados isolados de maio revelam crescimento real de 2,3% do
déficit na comparação com maio
de 2004. Em relação a abril de
2005, o aumento é maior: 15,6%.
O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, diz que
houve queda na arrecadação de
abril para maio porque a recuperação de créditos foi abaixo do esperado. "Mas não é motivo para
nos descabelarmos, porque em
abril a recuperação de créditos ficou muito acima [do esperado]."
A média mensal projetada pelo
ministério é de R$ 600 milhões em
recuperação de créditos. Em abril,
o número ultrapassou R$ 750 milhões. Em maio, porém, caiu para
menos de R$ 500 milhões.
Outro fator que pesou para puxar para baixo a arrecadação foi a
transferência de recursos que a
Previdência é obrigada a fazer ao
Sistema S (Senai, Senac, Sebrae,
Senat, entre outros). Em abril, o
repasse foi de R$ 245 milhões, e,
em maio, de R$ 566 milhões.
Do lado das despesas, os números mostram estabilidade nos gastos da Previdência. Se o resultado
for comparado com o de abril,
houve queda real de 1,5% nos gastos. Em relação a maio de 2004, o
aumento foi de 4,6%.
O desvio da meta de déficit em
maio não é preocupante, pois se
trata da "fotografia" de um mês
que saiu da trajetória. "É lógico
que ninguém se sente confortável
com isso, mas não estamos preocupados", afirmou Schwarzer.
Jucá declarou que, se a Previdência registrasse o déficit de
maio ao longo dos próximos meses, ainda assim o resultado do
ano ficaria abaixo da meta estipulada, que é de R$ 31,965 bilhões.
Mesmo o reajuste dos benefícios equivalentes ao salário mínimo e das aposentadorias e pensões acima desse patamar não tira
a confiança do ministro. O aumento terá impacto nas contas da
Previdência a partir deste mês.
Para Jucá, o reajuste deve elevar
os gastos em R$ 300 milhões a R$
400 milhões por mês. A elevação
nas despesas, segundo ele, será
compensada com várias medidas
em fase de análise para elevar a arrecadação e combater fraudes.
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