|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PERSPECTIVA
Tendência da taxa é seguir em queda
DA SUCURSAL DO RIO
Para o IBGE, a tendência da taxa de desemprego, ao analisar seu
comportamento histórico, é que
ela siga em queda nos próximos
meses. No entanto, o cenário econômico (juros altos e crescimento
menor) pode causar "trancos" no
processo de recuperação do mercado de trabalho.
O gerente da Pesquisa Mensal
de Emprego do IBGE, Cimar Azeredo Pereira, afirmou que "o cenário econômico delicado torna
mais difícil prever se no período o
padrão da pesquisa vai se repetir".
Historicamente, a taxa de desemprego começa a cair em maio ou
junho e se mantém em trajetória
declinante até o final do ano.
"A tendência é de taxas declinantes [a partir de maio], mas o
cenário econômico pode influir, e
a recuperação [do mercado de
trabalho] pode vir aos trancos",
disse Azeredo Pereira.
Marcelo de Ávila, economista
do Ipea, acredita que o efeito dos
juros mais elevados e do baixo
crescimento econômico ainda
não respingou no mercado de trabalho, que tem reagido melhor do
que o esperado. Segundo ele, tal
impacto, porém, pode atrapalhar
as previsões de queda contínua do
desemprego nos próximos meses.
João Sabóia, diretor do Instituto
de Economia da UFRJ, diz que a
política monetária ainda não teve
impacto no mercado de trabalho.
Ele crê em redução do desemprego nos próximos meses e prevê
que, já em junho, a taxa pode ficar
abaixo dos 10%. Tal marca só foi
atingida em dezembro de 2004
(9,6%), mês em que a taxa tradicionalmente recua em razão das
contratações temporárias.
"O resultado do emprego é surpreendente no sentido que a economia está crescendo pouco, mas
o mercado de trabalho sempre
acompanha [o nível de atividade]
com atraso", ressaltou Sabóia.
No primeiro trimestre, o PIB
(Produto Interno Bruto) registrou alta de 0,3% na comparação
com o quarto trimestre de 2004,
excluídos os efeitos típicos de cada período. Foi a menor taxa desde o segundo trimestre de 2003.
A dúvida de economistas é se a
provável redução dos juros a partir de agosto neutralizará os possíveis impactos negativos no trabalho. Eles acreditam que os empregadores estejam confiantes na recuperação da economia no segundo semestre, o que pode ter
impulso com uma queda da Selic.
"Apesar da desaceleração da economia, os empresários parecem
estar otimistas. Por isso, mantiveram os empregos", disse Ávila.
Texto Anterior: Trabalho: Desemprego recua, mas renda volta a cair Próximo Texto: Operação Cevada: PF apura ação de outras cervejarias Índice
|