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OPERAÇÃO CEVADA
Documentos podem envolver empresas além da Schincariol
PF apura ação de outras cervejarias
JOSÉ MESSIAS XAVIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Documentos apreendidos por
investigadores federais na Malteria do Vale S.A., no interior de SP,
podem vincular outras cervejarias
brasileiras, além da Schincariol,
em um amplo esquema de sonegação fiscal e evasão de divisas.
Segundo a Polícia Federal, a
malteria fornecia insumos para
fabricação de cervejas para outras
indústrias do setor, agindo por
meio de empresas fictícias, subfaturando notas fiscais.
De acordo com o delegado federal Cassius Valentim Baldelli, a
Malteria do Vale, instalada em
Taubaté, emitia notas fiscais subfaturadas em nome de empresas
fictícias, que depois emitiam notas no valor correto para o grupo
Primo Schincariol. No entanto, ao
emitir a nota com valor mais baixo para a empresa de fachada, a
Malteria do Valle sonegaria impostos e dividiria, depois, os lucros da operação com a Schin.
"Os computadores e documentos apreendidos indicam, em uma
análise preliminar, que a Malteria
do Vale também fazia esse tipo de
operação com outras cervejarias
brasileiras. Contudo, precisamos
aprofundar a investigação nesse
sentido", disse à Folha o delegado, que não quis citar o nome das
outras empresas que também
compravam insumos.
A Folha tentou entrar em contato, ontem à noite, com a Malteria do Vale nos números telefônicos que constam do catálogo. Nenhum deles atendeu a chamada.
Hoje, o Ministério Público Federal decide se pedirá à Justiça a
prisão temporária de diretores e
funcionários da Schincariol e de
distribuidoras e fornecedoras da
empresa, entre eles os donos da
Malteria do Vale, que foram presos durante a Operação Cevada,
deflagrada dia 15. Eles tiveram sua
prisão temporária renovada por
cinco dias, e o prazo para que deixem a cadeia termina hoje.
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