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BARRIL DE PÓLVORA
Ao final do dia, barril é negociado a US$ 59,42 em NY; demanda e especulação causam alta, dizem analistas
Petróleo ultrapassa barreira dos US$ 60
DA REDAÇÃO
O preço do barril do petróleo
atingiu durante o dia ontem a
marca de US$ 60 pela primeira
vez desde o começo da negociação do contrato na Bolsa de Nova
York, em 1983. A nova alta foi
causada pela preocupação dos investidores com a continuação do
crescimento da demanda.
A previsão é que, com a demanda média por petróleo em cerca
de 84 milhões de barris por dia em
2005, não haja capacidade excedente de produção suficiente para
garantir a oferta em caso de uma
interrupção da produção. A capacidade excedente no mundo é de
cerca de 1,5 milhão de barris, segundo estimativas.
O barril de petróleo fechou ontem a US$ 59,42 em Nova York,
alta de 1,3% em relação ao dia anterior. Já o barril do tipo Brent,
negociado em Londres, fechou a
US$ 58,38, alta de 1,4%.
A valorização do petróleo afetou o mercado acionário dos
EUA. O índice Dow Jones recuou
1,57%, e o Nasdaq, 1,02%.
No ano, o petróleo já subiu cerca de 40%; em relação a um ano
atrás, os preços estão 58% mais altos. Se forem ajustados pela inflação, porém, o recorde fica abaixo
da cotação equivalente a US$ 90
atingida em 1980.
Dados do Departamento de
Energia dos Estados Unidos mostraram na quarta-feira que a demanda por destilados (gasolina,
diesel e combustível para aquecimento) está 7% acima da de um
ano atrás, apesar dos preços altos.
Já a demanda por gasolina está
2,5% acima dos níveis de um ano
atrás.
Isso reacendeu o temor de que
as refinarias não dêem conta de
atender à demanda no quarto trimestre, inverno no hemisfério
Norte, quando aumenta o consumo de óleo para aquecimento.
O sinais de que a demanda por
combustíveis nos EUA continua
alta têm feito muitos investidores
continuarem a comprar petróleo,
na expectativa de que o preço suba mais ainda -o que também
ajuda a puxar a cotação. Alguns
analistas dizem, porém, que esse
movimento dá sinais de desaceleração, já que o mercado ainda
tenta avaliar o impacto econômico dos altos preços do petróleo.
"O que realmente está dando o
tom no mercado são preocupações de longo prazo", diz Helen
Henton, analista de commodities
do banco Standard Chartered.
"As questões de capacidade de refinarias são suficientes para manter os preços altos, mas talvez não
colocá-los acima de US$ 60 por
muito tempo."
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