São Paulo, sexta-feira, 24 de junho de 2005

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BARRIL DE PÓLVORA

Ao final do dia, barril é negociado a US$ 59,42 em NY; demanda e especulação causam alta, dizem analistas

Petróleo ultrapassa barreira dos US$ 60

DA REDAÇÃO

O preço do barril do petróleo atingiu durante o dia ontem a marca de US$ 60 pela primeira vez desde o começo da negociação do contrato na Bolsa de Nova York, em 1983. A nova alta foi causada pela preocupação dos investidores com a continuação do crescimento da demanda.
A previsão é que, com a demanda média por petróleo em cerca de 84 milhões de barris por dia em 2005, não haja capacidade excedente de produção suficiente para garantir a oferta em caso de uma interrupção da produção. A capacidade excedente no mundo é de cerca de 1,5 milhão de barris, segundo estimativas.
O barril de petróleo fechou ontem a US$ 59,42 em Nova York, alta de 1,3% em relação ao dia anterior. Já o barril do tipo Brent, negociado em Londres, fechou a US$ 58,38, alta de 1,4%.
A valorização do petróleo afetou o mercado acionário dos EUA. O índice Dow Jones recuou 1,57%, e o Nasdaq, 1,02%.
No ano, o petróleo já subiu cerca de 40%; em relação a um ano atrás, os preços estão 58% mais altos. Se forem ajustados pela inflação, porém, o recorde fica abaixo da cotação equivalente a US$ 90 atingida em 1980.
Dados do Departamento de Energia dos Estados Unidos mostraram na quarta-feira que a demanda por destilados (gasolina, diesel e combustível para aquecimento) está 7% acima da de um ano atrás, apesar dos preços altos. Já a demanda por gasolina está 2,5% acima dos níveis de um ano atrás.
Isso reacendeu o temor de que as refinarias não dêem conta de atender à demanda no quarto trimestre, inverno no hemisfério Norte, quando aumenta o consumo de óleo para aquecimento.
O sinais de que a demanda por combustíveis nos EUA continua alta têm feito muitos investidores continuarem a comprar petróleo, na expectativa de que o preço suba mais ainda -o que também ajuda a puxar a cotação. Alguns analistas dizem, porém, que esse movimento dá sinais de desaceleração, já que o mercado ainda tenta avaliar o impacto econômico dos altos preços do petróleo.
"O que realmente está dando o tom no mercado são preocupações de longo prazo", diz Helen Henton, analista de commodities do banco Standard Chartered. "As questões de capacidade de refinarias são suficientes para manter os preços altos, mas talvez não colocá-los acima de US$ 60 por muito tempo."


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