São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 2002

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Desaquecimento e dólar reduzem déficit externo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O desaquecimento da economia e a alta do dólar ajudaram a reduzir o déficit nas contas externas do país. Segundo o Banco Central, o déficit em transações correntes -um dos indicadores da vulnerabilidade externa de um país- acumulado em 12 meses caiu de 3,68% para 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro entre maio e junho.
É o nível mais baixo desde maio de 1997. Em dólares, o déficit acumulado nos últimos doze meses está em US$ 18,15 bilhões. O BC esperava que o déficit ficasse em 19,7 bilhões neste ano, mas, diante dos resultados já ocorridos, pode rever a projeção para baixo.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, um dos fatores que levou à queda do déficit externo é a taxa de crescimento econômico menor do que a prevista. "Esperávamos uma retomada mais firme do nível de atividade", diz Lopes.
O déficit em transações correntes é formado pela soma dos resultados da balança comercial (exportações menos exportações), balança de serviços (viagens internacionais, gastos com juros e remessas de lucros para o exterior, entre outros) e transferências unilaterais (dinheiro enviado para o país por residentes no exterior, e vice-versa).
O desaquecimento da economia é sentido, principalmente, no saldo da balança comercial. Para este ano, o BC projeta um superávit de US$ 5 bilhões, mas Lopes afirma que o saldo pode chegar a US$ 6 bilhões, pois o resultado observado no primeiro semestre ficou acima do esperado.
Com o baixo nível de atividade, as empresas tendem a reduzir a produção, o que se reflete na diminuição das importações de matérias-primas. Além disso, a queda na renda faz com que as pessoas deixem de consumir produtos importados.



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