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GANÂNCIA INFECCIOSA
Crise no mercado dos EUA e baixas nas ações das seguradoras levam Bolsas para os níveis de 1997
Bolsas da Europa recuam à crise asiática
ALCINO LEITE NETO
DE PARIS
As Bolsas européias tiveram ontem o seu terceiro dia consecutivo
de queda. Desde a última sexta-feira, elas acumulam perdas de
11% -estão no nível mais baixo
desde 1997, na crise asiática.
As incertezas do mercado americano, com os resultados decepcionantes da americana Lucent, e
a decisão da agência Moody's de
colocar sob vigilância a avaliação
financeira da alemã Munich Ré, a
maior empresa de seguros do
mundo, propulsionaram ainda
mais para baixo os valores financeiros europeus.
O índice Dax, da Bolsa de
Frankfurt, recuou para níveis de
1987, em 3.515,8 pontos, em queda de 4,76%. A Bolsa de Paris fechou o índice CAC 40 com queda
de 2,53%, nos 3.070,16 pontos, o
mais baixo desde outubro de 1998
-acumulando baixa de 33,6% no
período de um ano.
Em Londres, o índice FTSE-100
cedeu 0,96%, fechando em 3.858
pontos, o mais baixo em seis anos.
O desastre continuou nos outros
mercados europeus. Milão perdeu 1,40%, Madri, 1,49%, Amsterdã, 3,53%, Bruxelas, 2,96% e Zurique, 1,51%.
A derrocada das empresas seguradoras também continuou. Na
segunda-feira, a baixa previsão de
lucros da holandesa Aegon e a falência da megacompanhia americana WorldCom levaram a maior
parte das Bolsas européias a uma
queda de mais de 5%.
Ontem, as ações da Aegon tombaram mais 11,36%. As da seguradora francesa Axa caíram 8,02%,
da britânica Prudential, 8,65%, e
da suíça Zurich Financial, 5,72%.
Na França, um dos principais
perdedores na Bolsa foi a Vivendi
Environnement, cujas ações tiveram baixa de 7,64%.
Euro
No fim do dia, a moeda única
européia fechou abaixo de um dólar pela primeira vez desde a semana passada, cotada a US$
0,9919 em Londres. O Banco Central Europeu (BCE) avaliou que a
queda das bolsas terá consequências muito mais limitadas na economia da zona euro (formada por
12 países) do que na americana.
"Nada de particular ou de dramático se produziu nas últimas
semanas. É um processo contínuo
que nós seguimos de maneira
contínua", declarou o chefe economista do BCE, Otmar Issing.
Segundo ele, "a evolução da taxa de câmbio (do dólar) contribuirá para reduzir o déficit externo dos EUA. Isso é verdadeiramente necessário, e eu penso que
uma correção está em curso, numa ordem relativamente boa.
Em Bruxelas, mercado e empresários se reuniram ontem para
examinar a crise de confiança nas contas das empresas.
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