São Paulo, quarta-feira, 24 de julho de 2002

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GANÂNCIA INFECCIOSA

Crise no mercado dos EUA e baixas nas ações das seguradoras levam Bolsas para os níveis de 1997

Bolsas da Europa recuam à crise asiática

ALCINO LEITE NETO
DE PARIS

As Bolsas européias tiveram ontem o seu terceiro dia consecutivo de queda. Desde a última sexta-feira, elas acumulam perdas de 11% -estão no nível mais baixo desde 1997, na crise asiática.
As incertezas do mercado americano, com os resultados decepcionantes da americana Lucent, e a decisão da agência Moody's de colocar sob vigilância a avaliação financeira da alemã Munich Ré, a maior empresa de seguros do mundo, propulsionaram ainda mais para baixo os valores financeiros europeus.
O índice Dax, da Bolsa de Frankfurt, recuou para níveis de 1987, em 3.515,8 pontos, em queda de 4,76%. A Bolsa de Paris fechou o índice CAC 40 com queda de 2,53%, nos 3.070,16 pontos, o mais baixo desde outubro de 1998 -acumulando baixa de 33,6% no período de um ano.
Em Londres, o índice FTSE-100 cedeu 0,96%, fechando em 3.858 pontos, o mais baixo em seis anos. O desastre continuou nos outros mercados europeus. Milão perdeu 1,40%, Madri, 1,49%, Amsterdã, 3,53%, Bruxelas, 2,96% e Zurique, 1,51%.
A derrocada das empresas seguradoras também continuou. Na segunda-feira, a baixa previsão de lucros da holandesa Aegon e a falência da megacompanhia americana WorldCom levaram a maior parte das Bolsas européias a uma queda de mais de 5%.
Ontem, as ações da Aegon tombaram mais 11,36%. As da seguradora francesa Axa caíram 8,02%, da britânica Prudential, 8,65%, e da suíça Zurich Financial, 5,72%.
Na França, um dos principais perdedores na Bolsa foi a Vivendi Environnement, cujas ações tiveram baixa de 7,64%.

Euro
No fim do dia, a moeda única européia fechou abaixo de um dólar pela primeira vez desde a semana passada, cotada a US$ 0,9919 em Londres. O Banco Central Europeu (BCE) avaliou que a queda das bolsas terá consequências muito mais limitadas na economia da zona euro (formada por 12 países) do que na americana.
"Nada de particular ou de dramático se produziu nas últimas semanas. É um processo contínuo que nós seguimos de maneira contínua", declarou o chefe economista do BCE, Otmar Issing.
Segundo ele, "a evolução da taxa de câmbio (do dólar) contribuirá para reduzir o déficit externo dos EUA. Isso é verdadeiramente necessário, e eu penso que uma correção está em curso, numa ordem relativamente boa.
Em Bruxelas, mercado e empresários se reuniram ontem para examinar a crise de confiança nas contas das empresas.



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