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Políticos e bancos elogiam medida
DA REDAÇÃO
O corte de 1,5 ponto percentual
na taxa básica de juros da economia, anunciado ontem pelo Copom (Comitê do Política Monetária), não foi uma decepção unânime. Políticos ligados ao governo,
parte das instituições financeiras
e até uma entidade ligada ao varejo elogiaram a medida. Afirmam
que ela prepara o país para retomar o crescimento, que a inflação
ainda não está dentro da meta e
que corresponde à expectativa do
mercado financeiro.
"O Banco Central ganha credibilidade ao coincidir sua decisão
sobre os juros com as expectativas
do mercado financeiro", diz Maria Lúcia Camargo, economista-chefe do banco Sudameris.
Alexandre Schwartzman, economista-chefe do Unibanco, concorda: "A queda de 1,5 ponto percentual ficou dentro do esperado.
Seria prematuro fazer um corte
maior. A inflação ainda apresenta
alguns sinais de resistência".
Segundo Alexandre Póvoa, economista-chefe do Banco Modal, o
BC optou por uma medida que,
apesar de adiar a retomada do
crescimento, se mostra mais segura. "O BC tinha duas escolhas:
promover uma queda violenta
dos juros, para ganhar três meses
de atividade econômica, mas com
enormes riscos, ou sair de forma
gradual, com um atraso de um
mês na melhora da economia. O
BC tomou o caminho correto."
A taxa de inflação, diz Póvoa,
embora dê sinais de estar convergindo para a meta traçada pelo
governo, ainda está acima dela:
"A meta [de inflação para 2004] é
de 5,5% e, por enquanto, as projeções são de 6,5%. Não será deflação pontual que fará a inflação de
2004, que é a que interessa nesse
momento, se ajustar à meta".
Paulo Levy, do Ipea (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada), afirma que "o corte sinaliza
que o ciclo de aperto terminou.
Estamos avançando no relaxamento da política monetária e na
retomada do crescimento. Ainda
que ele continue baixo neste ano".
"As condições macroeconômicas permitem uma queda maior e
contínua, e a taxa já é menor do
que os juros que herdamos quando tomamos posse", diz Aloizio
Mercadante (PT-SP), líder do governo no Senado.
O líder do governo na Câmara,
Aldo Rebelo (PC do B-SP), também está otimista. "Estão se
criando as condições para a retomada da atividade econômica."
Para Oiram Corrêa, gerente da
assessoria econômica da Fecomercio SP, o corte de 26% para
24,5% ao ano na Selic mostra que
o governo tomou uma atitude para mudar o quadro desfavorável
da economia brasileira. "A medida sinaliza que o governo está
consciente do quadro deprimido
[da economia] e assim podemos
considerar um cenário mais positivo para 2004", afirmou.
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