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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Avanço da colheita
Mais de 50% da safra 2003/4 de café arábica já foi colhida no Brasil, segundo estimativas do Cepea. Em algumas regiões, o ritmo está mais acelerado, devido ao clima favorável. Esse é o caso da região da zona da mata, localizada no norte do Estado de Minas Gerais, onde menos de 30% da área plantada de café resta para ser colhida.

Em busca de capital
Com o avanço da colheita, a comercialização do café na região da zona da mata foi intensificada na semana passada, devido ao aumento da oferta. Segundo o Cepea, os produtores da região, na maioria descapitalizados, disponibilizam o produto no mercado com o intuito de gerar capital para o término da colheita, que deve se estender até meados do mês que vem.

De boa qualidade
A qualidade dos grãos colhidos na região do norte de Minas Gerais está sendo considerada, de um modo geral, satisfatória pelos exportadores, uma vez que não há um alto percentual de grãos verdes nem de cafés miúdos, informa o Cepea. Na semana passada, a saca de 60 quilos do café arábica da zona da mata foi comercializada, em média, de R$ 155 a R$ 160.

Combate à febre aftosa
O governo boliviano convocou representantes da agropecuária dos países vizinhos (Argentina, Brasil, Paraguai, Chile, Peru e Uruguai) para realizarem amanhã, na Bolívia, uma reunião regional de emergência contra a febre aftosa. O governo boliviano está preocupado com o risco de expansão da doença na região.

Aumento de insumos
Os produtores do Paraná que se preparam para plantar a próxima safra de verão estão se deparando com o aumento dos preços dos insumos. Segundo o Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná, de acordo com uma cesta de 29 insumos utilizados nas culturas de soja, milho e feijão -entre sementes, adubos e agrotóxicos-, os preços subiram, em média, 40% em junho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2002.

Reajuste chega a 69%
Os maiores aumentos verificados pelo Deral foram nos preços da saca de semente de feijão, que sofreu reajuste de 69%, para R$ 178,59, e nos da tonelada de fertilizantes de uréia, que subiu 68%, para R$ 791,45. Esses aumentos dos insumos mostram que, neste ano, os agricultores plantarão a safra com custos mais elevados. Além disso, existe a tendência de queda nos preços recebidos pela soja, milho e feijão. Isso tudo acabará refletindo na menor rentabilidade da próxima safra.

Reflexo tardio do dólar
Como o setor de insumos agrícolas está atrelado à cotação do dólar -pois há uma significativa dependência de matéria-prima importada-, com a valorização da moeda dos EUA no segundo semestre do ano passado, os preços desses produtos foram atingidos diretamente. O produtor só sentiu agora o aumento dos produtos porque quando o dólar subiu no ano passado uma grande parcela dos agricultores já tinha comprado insumos para a safra, informa o Deral.

E-mail:
akianek@folhasp.com.br


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