São Paulo, terça-feira, 24 de julho de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

País precisa de estratégia para receber investimento estrangeiro

O Brasil deveria aproveitar a enxurrada de dólares que entra para investimentos diretos no país para pôr em prática uma política industrial voltada para áreas onde ainda há fragilidades. Entre elas, as de componentes químicos, eletrônicos e fármacos.
A opinião é do economista Antonio Corrêa de Lacerda, professor do departamento de economia da PUC-SP. Segundo ele, esse é um dos pontos que o Brasil ainda não está aproveitando devidamente -os bons ventos internacionais.
"Falta uma estratégia mais ativa de atração do investimento direto estrangeiro", diz.
O economista sugere que o governo crie um órgão responsável encarregado da coordenação das ações nessa área. Esse órgão precisa estar devidamente articulado com as iniciativas de política industrial.
Os números divulgados ontem pelo Banco Central, que mostram uma entrada de US$ 10,3 bilhões em investimentos diretos estrangeiros nos primeiros seis meses deste ano, confirmam as perspectivas de mais um recorde neste ano. O Brasil pode, neste ano, superar o recorde histórico de US$ 32,8 bilhões obtido em 2000 com as privatizações.
O economista Alex Agostini, da Austin Rating, que prevê um total de investimento direto estrangeiro neste ano em algo entre US$ 28 bilhões e US$ 30 bilhões, afirma que esses números divulgados ontem foram a "pá de cal" sobre a estratégia do Banco Central em amenizar a forte valorização do real. Para Agostini, a tentativa de manter o câmbio acima de R$ 1,80 por dólar está se esvaindo.
Há algum tempo a economia brasileira sofre uma enxurrada de dólares, em razão tanto da farta liquidez internacional, quanto pelo processo global de fusões e aquisições, que é resultado do vigoroso crescimento da economia mundial nos últimos cinco anos, comparáveis apenas ao início dos anos 70.
Para Agostini, o embate entre o Banco Central e o "mercado" está cada vez mais acirrado e com desvantagem para o primeiro -basta ver o crescimento desenfreado das reservas internacionais, que já ultrapassam US$ 153 bilhões, e mesmo assim o dólar segue ladeira abaixo.
O economista reafirma que o real pode não apenas romper a barreira dos R$ 1,80/US$, bem como seguir para R$ 1,50/US$.

Farmacêutica indiana cresce no Brasil em 5 anos

A farmacêutica Torrent do Brasil, da indiana Torrent, vai completar, neste ano, cinco anos de atividades no país com crescimento de seu faturamento em relação à holding.
Durante o período, a empresa passou a representar 16% do faturamento da área farmacêutica da Torrent mundial, de acordo com Orlando Famá Júnior, diretor-presidente do braço brasileiro da Torrent. A indiana está em mais de 50 países.
No primeiro semestre deste ano, a empresa registrou um crescimento de 31% em seu faturamento, em relação ao mesmo período do ano passado.
A expectativa, segundo Famá Júnior, é atingir no final deste ano um volume de vendas de R$ 150 milhões e crescimento de 25% sobre o resultado de 2006.

NO ESCURINHO DO CINEMA

A Amni Rhodia conseguiu unir o cinema e o segmento de moda íntima para a próxima edição do Salão Lingerie Brasil, que acontece em São Paulo, entre 5 e 7 de agosto. Em seu lounge, durante o evento, serão apresentadas lingeries inspiradas em clássicos como "Bonequinha de Luxo" e "Barbarella", criadas por marcas do segmento. Entre as novidades que a empresa apresenta no salão estão a segunda geração do Biotech, o Bio II, antibactericida e antiácaro, a linha "teen", mais bem-humorada, o Allumée e a Supermicrofibra Trilobal, com brilho. "Vamos trabalhar na linha da transparência e da sensualidade, aliando conforto e tecnologia", diz José Padeiro, executivo de marketing da Rhodia Poliamida.

COPO DE LEITE
A Parmalat Brasil concluiu o arrendamento de uma fábrica de leite no Triângulo Mineiro, a Frutalat, e a contratação da fábrica Malibu, de Itatiba (SP).

LONDON, LONDON
Londres está tomando de Nova York o posto de principal centro financeiro do mundo, segundo a edição internacional da revista "Fortune". A reportagem de capa da publicação afirma que isso acontece pela quantidade de investimentos internacionais que aportam na cidade -cerca de US$ 100 bilhões por ano. Enquanto NY "surfa" na economia americana, Londres aproveita a boa onda da economia global. Os principais países investidores são os do Oriente Médio, a Rússia, a Índia, a China e os EUA. Um dos sinais curiosos dessa vitória britânica é a seqüência do filme "Wall Street" (1987), que será rodado na cidade.

ESTRÉIA
A operadora de telefonia celular Vivo lança hoje, com exclusividade, um novo tipo de Blackberry no Brasil em parceria com a fabricante canadense RIM (Research in Motion).

SORTE EM ALTA
No primeiro semestre os prêmios pagos pelas Loterias Caixa tiveram aumento de 13,24% ante o mesmo período de 2006. Até junho, os valores distribuídos entre os ganhadores chegaram a R$ 790 milhões contra R$ 697,6 milhões nos primeiros seis meses de 2006. A quantidade de bilhetes premiados também aumentou, foi de 69 milhões para 84,5 milhões, um acréscimo de 23,86%. As Loterias Caixa pagaram, em 2007, uma média diária de 398 mil prêmios, o equivalente a R$ 3,7 milhões por dia. Janeiro lidera o ranking com quase R$ 200 milhões em prêmios, alta de 58,24% ante o mesmo mês de 2006.

SUSTENTÁVEL
A integração da América do Sul e o crescimento da região serão discutidos no Fórum Internacional de Desenvolvimento Sustentável, em agosto, no Acre.


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