São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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Confiança do consumidor é a menor em 2 anos

DA SUCURSAL DO RIO

O consumidor está mais pessimista em relação ao desempenho da economia. O índice de confiança do consumidor calculado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) teve queda de 4,9% em julho e passou de 107,2 pontos para 101,9 pontos, o menor patamar desde junho de 2006. O resultado representa também o quarto pior índice de confiança desde o início da série, em setembro de 2005.
Segundo Aloisio Campelo, coordenador da pesquisa, a percepção do consumidor foi afetada pela alta de preços, pela expectativa de aumento dos juros e pela desaceleração da economia. "O consumidor sente que o cenário está piorando."
A parcela dos que avaliam que a situação financeira da família está boa caiu de 17,5% em junho para 16,3% em julho. O percentual dos que afirmam que houve piora passou de 12,4% para 13,7% no período.
Apesar da piora na avaliação das finanças, a cautela do consumidor pode ser melhor mensurada nas intenções de compra. Questionados sobre a disposição para a compra de bens duráveis nos próximos seis meses, apenas 10,7% dos consumidores responderam que pretendem gastar mais. Trata-se da menor parcela desde julho de 2006. O percentual dos que pretendem gastar menos ficou praticamente estável e passou de 29,2% para 29,3%.
"Quando o consumidor avalia o futuro, ele vê que existe a possibilidade de a economia entrar em fase de desaceleração. Com isso, ele parece já se tornar mais cauteloso em relação à compra de bens de maior valor que precisam de financiamento. Isso pode afetar a venda de eletroeletrônicos, linha branca e automóveis", afirmou Campelo.
Os resultados mostram que a piora na percepção do consumidor foi maior entre as faixas de renda mais altas. Em julho, a queda no índice chegou a 7% entre os que têm renda familiar acima de R$ 9.600. Os entrevistados com renda familiar de até R$ 2.100 tiveram queda de 2,1%. O recorte por capitais mostra uma queda de 6,4% no índice de confiança em São Paulo e um resultado negativo de 3,2% no Rio de Janeiro.
A julgar pelos resultados da pesquisa, Campelo avalia que o consumidor pode influenciar para baixo o crescimento do PIB. "Os resultados mostram uma tendência de consumo menor", disse.


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