São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2008

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Suzano investirá US$ 6,6 bi até 2015 para dobrar receita

Empresa de papel e celulose vai construir três novas fábricas, duas das quais no Nordeste

Programa de expansão prevê salto de US$ 4 bi para US$ 8 bi no faturamento; 80% da produção será destinada a exportações

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Suzano Papel e Celulose anunciou ontem um programa de expansão para dobrar seu faturamento até 2015. A empresa obteve no segundo trimestre receita líquida de R$ 1 bilhão, valor 22,3% superior ao apurado no mesmo período de 2007. O faturamento anualizado para 2008 deve girar em torno de R$ 4 bilhões, segundo estimativa da empresa.
Para chegar ao dobro dessa cifra, a Suzano vai investir US$ 6,6 bilhões em três novas linhas de produção, cada uma com capacidade para produzir 1,3 milhão de toneladas de celulose ao ano. O volume adicional de 3,9 milhões de toneladas, além do acréscimo de 400 mil toneladas da Suzano em Mucuri (BA), ampliará em 150% a capacidade de produção de celulose da Suzano por ano.
Das três novas fábricas, uma será instalada no Maranhão, para começar a operar em 2013; outra, no Piauí, com início previsto em 2014; e uma terceira está ainda sem local definido, mas deve começar a funcionar em 2015.
A Suzano, que hoje destina cerca de 60% de sua produção para o mercado externo, deve passar a exportar 80% desse volume em 2015, disse o presidente da empresa, Antonio Maciel Neto. "Queremos atender especialmente os mercados emergentes."
De acordo com Maciel, a demanda mundial por celulose de eucalipto deve ter um acréscimo anual de cerca de 1 milhão nos próximos anos. "Vemos um crescimento especialmente forte no consumo de papel toalha e papel higiênico em países emergentes", afirmou o presidente da Suzano.
O investimento de US$ 6,6 bilhões deve sair do próprio caixa da Suzano e de fontes tradicionais de financiamento, como BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e bancos regionais. A empresa tem capacidade de geração de caixa de mais de US$ 1 bilhão por ano. "E o grosso do investimento será aplicado entre 2011 e 2015", aponta Maciel. "Temos também a possibilidade de recorrer ao mercado de capitais, embora não vejamos necessidade para isso agora."

China
Para o analista da corretora Coinvalores Marco Saravalle, o principal foco de demanda por papel e celulose hoje está na China, por conta de sua urbanização crescente. "Isso gera um aumento no consumo per capita por produtos de primeira necessidade, aí incluído o papel."
O valor da exportação de celulose brasileira para a China aumentou 90% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2007, passando de US$ 188,5 milhões para US$ 358,1 milhões, conforme informações da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel ). Essa cifra representa 20% do total exportado pelo país nos seis primeiros meses do ano (US$ 1,8 bilhão). "O crescimento da demanda de papel na China reflete o aumento do PIB [Produto Interno Bruto] daquele país, o que incentiva o consumo de alimentos, móveis e também de papel destinado a livros e cadernos", afirma, em comunicado, a presidente-executiva da Bracelpa, Elizabeth de Carvalhaes.


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