São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2001

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"Exportar ou morrer" é o novo grito de independência, diz FHC

WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao dar posse ao seu quarto ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, o presidente Fernando Henrique Cardoso arrancou aplausos de uma platéia composta principalmente por empresários ao anunciar um novo lema do seu governo: "Exportar ou morrer".
"É como se fosse um novo tipo de independência. Ou se exporta ou se morre", afirmou ele, explicando que o aumento das exportações é importante não apenas para melhorar o desempenho da balança comercial, mas também para aumentar a qualidade dos produtos brasileiros.
O presidente começou o discurso mencionando o prestígio do seu novo ministro, cuja posse reuniu 11 governadores ("nem eu consigo reunir tantos"), 12 ministros, os presidentes da Câmara e do Senado e alguns dos principais empresários brasileiros, como Antônio Ermírio de Moraes e Jorge Gerdau e os presidentes da Fiesp, Horacio Lafer Piva, e da CNI, Carlos Eduardo Moreira Ferreira.
FHC lembrou que o Plano Real foi feito em oito meses, para ressaltar que seu governo ainda está longe do fim. "[A elaboração do Plano Real" foi uma coisa breve e mudou o Brasil. Temos ainda longos 16 meses. Vamos continuar mudando o Brasil. O Brasil precisa de mais mudanças e mais reformas e nós vamos fazê-las."
Sem citar explicitamente a rixa entre os ministros anteriores do Desenvolvimento e o Ministério da Fazenda, FHC classificou de "errada, superada e atrasada" a concepção de que a política econômica deve estar voltada ou para a estabilidade ou para o desenvolvimento.
"Não é assim. É preciso estabilizar para desenvolver. Não dá para estabilizar e não desenvolver e não dá para desenvolver sem estabilidade, porque o desenvolvimento sem estabilidade é inflação que corrói imediatamente, no passo seguinte, o esforço feito pelo desenvolvimento."
O ex-ministro Alcides Tápias não foi à solenidade de posse do seu sucessor, limitando-se a mandar uma carta curta, lida pelo secretário-geral do ministério, Benjamin Sicsu, desejando-lhe "muito sucesso". Segundo sua assessoria, ele não compareceu porque não era mais ministro, tendo passado o cargo para Sicsu.



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