São Paulo, terça-feira, 24 de agosto de 2004

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TRABALHO

Empresa pretende cortar €2,5 bi em seis anos

Volkswagen quer congelar salário para evitar demitir na Alemanha

Marcus Brandt/France Presse
Manifestantes com cartaz com a inscrição "Schröder deve sair", em referência ao premiê da Alemanha, durante manifestação em Berlim contra cortes em benefícios sociais


DO "FINANCIAL TIMES"

A Volkswagen pretende congelar por dois anos os salários de todos os seus funcionários na Alemanha, país sede da empresa. A decisão foi tomada com base no objetivo da companhia de diminuir seus custos em até 2,5 bilhões (cerca de R$ 9,1 bilhões) nos próximos seis anos.
A maior fabricante de veículos da Europa quer diminuir custos também por meio da redução de benefícios trabalhistas. A empresa foi a última grande empresa da Alemanha a quebrar as rígidas leis trabalhistas do país.
As mudanças incluem, além do congelamento, a extensão da jornada de trabalho para trabalhadores mais jovens e o pagamento por produtividade para um terço dos funcionários. A Volks pretende ainda reduzir o número de folgas remuneradas.
Peter Hartz, chefe de pessoal da empresa, disse que não há "nenhuma chance" de aumentar os salários. Os sindicatos, disse, "terão de escolher entre empregos e aumento salarial". Economistas alemães comemoraram a intenção da empresa como uma evidência de que as companhias irão começar a reduzir os custos trabalhistas no país. Recentemente, Siemens, DaimlerChrysler e Deutsche Telecom fizeram acordos semelhantes.
A posição da Volks, no entanto, coloca a empresa em rota de colisão com o IG Metall, sindicato da categoria, que já cogita iniciar uma greve contra a decisão adotada pela montadora.
Na última semana, o sindicato estabeleceu suas metas para a rodada de negociações com a direção da empresa. Entre os itens acertados estão o aumento de 4% na folha de pagamentos e a extensão da garantia do emprego.
Ao lado dos empregados está a insatisfação popular com a intenção do governo de reduzir os benefícios trabalhistas. Ironicamente, a comissão nomeada pelo governo para alterar a lei foi comandada pelo mesmo Peter Hartz.


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