São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2007

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Empréstimo do Fed é o terceiro maior desde 11 de Setembro

DA REDAÇÃO

Com quatro grandes instituições tomando US$ 2 bilhões emprestados, o Federal Reserve (Fed, o BC dos Estados Unidos) emprestou aos bancos americanos uma média diária de US$ 1,2 bilhão no período de sete dias encerrado anteontem -a terceira maior média diária para um período de uma semana desde os ataques terroristas de 11 de Setembro, em 2001.
Apenas anteontem, o Fed emprestou US$ 2,001 bilhões às instituições -o maior montante desde 12 de abril do ano passado.
No mesmo dia, quatro grandes bancos americanos (Citigroup, JPMorgan, Bank of America e Wachovia) anunciaram que pegaram emprestados US$ 500 milhões cada um na chamada "janela de desconto", como uma medida de apoio ao banco central americano.
Portanto, a média dos seis dias anteriores à quarta-feira foi de cerca de US$ 1,07 bilhão.
Além dos quatro grandes, o Deutsche Bank disse que pegou dinheiro emprestado do Fed na última sexta-feira, mas não revelou o montante. O banco alemão também afirmou que tomou o empréstimo para o apoiar o BC dos EUA.
O anúncio era muito aguardado porque o Fed cortou na última sexta-feira em 0,50 ponto percentual, para 5,75%, a taxa de redesconto, que é a cobrado pelo BC americano para emprestar dinheiro aos bancos. A medida foi tomada para tentar aumentar a liquidez nos mercados financeiros.
A tomada desse tipo de empréstimo é raramente feita pelos bancos, já que ela é vista como uma medida de desespero, usada por instituições que estão em sérias dificuldades.
O corte anunciado na última sexta-feira não afeta a taxa de juros básica (atualmente em 5,25%), que é a principal da economia americana e influencia itens como empréstimos para compra de carros e cartão de crédito.
Em outra tentativa de elevar a liquidez nos mercados, o Fed injetou mais US$ 17,25 bilhões ontem. Desde o início do período de turbulências nas Bolsas mundiais, no dia 9 deste mês, o BC dos EUA já emprestou mais de US$ 120 bilhões -US$ 26,5 bilhões somente nesta semana.
Também ontem, o BNP Paribas, um dos maiores bancos europeus, disse que reabrirá na semana que vem três fundos ligados ao setor imobiliário dos EUA. A decisão de suspender os fundos foi considerada um dos estopins para a instabilidade nos mercados.
Na ocasião, o banco disse que a crise no mercado americano de "subprime" (crédito imobiliário para pessoas com histórico ruim de pagamento) tornou "impossível avaliar alguns ativos corretamente, independentemente de sua qualidade ou classificação de crédito".
Desde o começo deste ano, mais de 40 mil trabalhadores de empresas de empréstimo imobiliários nos Estados Unidos já foram demitidos, segundo a firma de recolocação profissional Challenger, Gray & Christmas.


Com agências internacionais

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