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Governo vê exagero em câmbio e risco
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia, disse que o mercado atravessa um momento de "extrapolação" do risco-Brasil e da taxa de câmbio, o que não encontra amparo nos fundamentos da economia brasileira.
Segundo ele, o nervosismo do mercado ontem refletiu um período de incerteza resultante do processo sucessório (eleição presidencial) e de um cenário internacional delicado. "Mas, no meu entendimento, há um claro exagero do mercado", disse Guardia.
Ele afirmou que a taxa de câmbio no médio prazo não pode tomar como referência o atual nível em que se encontra a cotação da moeda americana.
Para o secretário, as oscilações recentes do câmbio não justificam uma nova projeção do governo para o superávit primário (economia de despesa para pagamento da dívida) deste ano.
No acordo do governo com o
FMI (Fundo Monetário Internacional), o resultado primário fixado é de 3,88% do PIB (Produto Interno Bruto) para o governo federal e empresas estatais, além de
Estados e municípios. Em 2003, a
meta é de 3,75% do PIB. O acordo
prevê, no entanto, a possibilidade
de as metas serem revistas nas revisões trimestrais do acordo.
"Não podemos a cada oscilação
do câmbio reprojetar o superávit
porque, da mesma forma que ele
deprecia, também valoriza", argumentou Guardia.
O secretário voltou a repetir que
a situação do Tesouro Nacional é
"confortável" com relação aos
vencimentos dos títulos da dívida
pública até o final do ano, estimada em R$ 77 bilhões. Segundo ele,
caso o governo não consiga rolar
essa dívida, tem recursos em caixa
suficientes para resgatar os papéis
no mercado.
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