São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002

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PARA ENTENDER A CRISE

Dólar nas alturas
As pesquisas eleitorais mostram que há possibilidade de o candidato da oposição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ganhar a eleição já no primeiro turno. O receio de que um governo de oposição possa significar mudanças drásticas na política econômica aumenta a especulação com a moeda estrangeira. Os investidores estrangeiros, que já sofreram com os calores argentino e de empresas dos EUA, estão cada vez mais desconfiados e cautelosos

Dívida e câmbio
O Banco Central não vai renovar os títulos de dívida cambial que vencem amanhã, o que faz com que os investidores pressionem a cotação do dólar para aumentar seus ganhos quando o BC recomprar esses títulos. Os indicadores internacionais também não ajudam: as Bolsas norte-americanas estão em queda e a incerteza em relação ao cenário econômico mundial é alta

A crise nos últimos meses
O Brasil enfrenta dificuldades desde o primeiro semestre. O crescimento da dívida pública interna combinado com um nível de atividade anêmico fez com que os investidores desconfiassem da capacidade do governo de administrar a dívida. A desconfiança aumentou em um período em que os investimentos se retraem em todo o mundo

A crise nos EUA
A locomotiva da economia mundial, os EUA, também foi abatida por uma série de crises. Depois de uma década de crescimento rápido, superprodução e altas contínuas das Bolsas, o país entrou em um período de relativa estagnação. Atentados terroristas, escândalos contábeis, consumidores superendividados e cautelosos tornam mais difícil a recuperação econômica

Economia de guerra
Os efeitos de um ataque ao Iraque ainda são incertos, seja do ponto de vista da capacidade da máquina de guerra de aquecer a economia dos EUA ou do impacto dos gastos militares nas contas públicas do país. A principal preocupação é com relação ao preço do petróleo, que iniciou uma trajetória de alta constante em agosto, quando começaram as insinuações de que uma guerra contra o Iraque estava próxima

Europa e Japão
Nas outras duas maiores economias do mundo, o desempenho econômico é tão desalentador como nos EUA. Tanto a Europa como o Japão crescem pouco. No continente europeu, grandes empresas de telecomunicações sofrem tanto quanto suas similares dos EUA. No Japão, o governo anunciou que o Banco Central comprará ações que estão na carteira de bancos virtualmente falidos, estratégia vista com ceticismo por economistas


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