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INVESTIMENTO EXTERNO
Pela 1ª vez em cinco anos, país deixa lista das dez nações preferidas; AL perde 3º posto para a Ásia
Brasil deixa lista dos "dez mais" atraentes
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil despencou no ranking de países mais atraentes para investimentos estrangeiros. Pela primeira vez em cinco anos, o país não consta entre os dez primeiros na lista elaborada pela consultoria norte-americana AT Kearney.
Para piorar, a queda do Brasil e da Argentina, que nem aparece
no grupo dos 25 mercados mais interessantes, fez a América Latina perder para a Ásia o posto de
terceira região mais atraente do
globo. Pela ordem, agora são
América do Norte, Europa, Ásia e
somente depois América Latina,
África e Oriente Médio.
A pesquisa, denominada Índice
de Confiança de Investimento Estrangeiro, considera opiniões de
executivos das mil maiores empresas do planeta para determinar uma tendência de investimentos no período entre um e
três anos. Essas companhias foram responsáveis por 90% do fluxo de IDE (Investimento Direto
Estrangeiro) mundial em 2001.
O Brasil, que, na última pesquisa, em fevereiro do ano passado,
despontava como terceiro entre
as nações mais atraentes para investimentos, caiu para o 13º posto
na pesquisa feita neste mês. Brasil
e México (nono colocado) são os
dois latino-americanos a figurar
no grupo de 25 nações mais interessantes para investimentos. Os
mexicanos caíram do quarto para
o nono posto na lista.
Para a AT Kearney, a América
Latina ""perdeu sua vocação" para
atrair investidores (a citação não
inclui o México, que é tratado como América do Norte, ao lado
dos EUA e do Canadá). As intenções de investimento na região
caíram 40% em relação a 2001.
Reformas econômicas e políticas foram citadas como os fatores
mais importantes para decisões
de investimento a médio prazo na
região. Foram mencionados ainda (veja quadro) temores diante
de incertezas políticas e da violência e conflitos sociais nos países
latino-americanos. Uma eventual
melhora da economia dos EUA
aparece apenas como quarto fator
determinante para a volta de capitais.
No caso do Brasil, a queda é assustadora porque nos quatro
anos anteriores o país sempre figurou entre os cinco primeiros
colocados na preferência para investimentos. Os investimentos diretos estrangeiros no Brasil recuaram de US$ 32,8 bilhões em 2000
para US$ 22,4 bilhões em 2001.
Para este ano, a expectativa é que
não superem US$ 16 bilhões.
Entre os executivos consultados, apenas 14% têm perspectiva
otimista sobre a situação da economia, contra 50% um ano atrás.
Segundo o relatório, houve uma
""dramática perda de confiança"
no mercado brasileiro. Entre os
investidores britânicos e canadenses caiu pela metade a propensão para investir no Brasil. No
caso dos norte-americanos, essa
mesma disposição recuou 25%.
""Os investidores conhecem o
Brasil. O Brasil não é um país
qualquer perdido em um ponto
do planeta", disse Paul Laudicina,
vice-presidente da At Kearney.
""Mas o próximo governo terá de
convencer os investidores de que
dará prosseguimento às reformas
e adotará uma política econômica
austera", completou Laudicina.
Eldorado
A China desbancou os EUA e se tornou, na opinião dos empresários, o país mais atraente do planeta para investimentos. Em 2001, a China estava em segundo lugar.
As razões citadas para o interesse no país são a relativa estabilidade política e o vigor da economia (em 2001 o PIB subiu 7,3%).
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