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Calote serve de alerta ao Brasil, diz Duhalde
DE BUENOS AIRES
O presidente da Argentina,
Eduardo Duhalde, aconselhou a
outros países que evitem declarar
o calote da dívida pública como
fez a Argentina no final do ano
passado, independentemente das
pressões financeiras a que estejam
submetidos. Para ele, o colapso
do país vizinho deve servir de
exemplo para o Brasil.
"O caso de Argentina deve fazer
com que o Brasil abra os olhos para que não aconteça o que nos
aconteceu", disse o presidente em
entrevista a jornalistas brasileiros
em Buenos Aires.
Segundo Duhalde, a Argentina
não consegue fechar rapidamente
um acordo com o FMI como o
Brasil porque decidiu suspender o
pagamento de seus compromissos externos em dezembro.
"As exigências [feitas pelo FMI"
são muito diferentes das apresentadas para o Brasil. O que aconteceu é que estamos em "default", e
os países em "default" têm um tratamento (...) muito mais rigoroso
que os países como o Brasil, que
estão em uma situação não tão
grave quanto a nossa", disse.
No entanto Duhalde considera
que o Fundo não tem a intenção
de "castigar" a Argentina e que as
divergências são normais nas negociações. "É como um divórcio
em que os dois cônjuges sempre
têm opiniões distintas."
Otimismo
Apesar de se mostrar bastante
abatido, o presidente disse estar
"otimista" de que haja acordo
com o FMI "antes de dezembro".
Duhalde, que viaja a Brasília
amanhã para se reunir com o presidente Fernando Henrique Cardoso, também afirmou que a melhor ajuda que pode receber do vizinho é que a economia brasileira
esteja "bem" e contribua para a recuperação argentina.
(JS)
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