São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 2002

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Calote serve de alerta ao Brasil, diz Duhalde

DE BUENOS AIRES

O presidente da Argentina, Eduardo Duhalde, aconselhou a outros países que evitem declarar o calote da dívida pública como fez a Argentina no final do ano passado, independentemente das pressões financeiras a que estejam submetidos. Para ele, o colapso do país vizinho deve servir de exemplo para o Brasil.
"O caso de Argentina deve fazer com que o Brasil abra os olhos para que não aconteça o que nos aconteceu", disse o presidente em entrevista a jornalistas brasileiros em Buenos Aires.
Segundo Duhalde, a Argentina não consegue fechar rapidamente um acordo com o FMI como o Brasil porque decidiu suspender o pagamento de seus compromissos externos em dezembro.
"As exigências [feitas pelo FMI" são muito diferentes das apresentadas para o Brasil. O que aconteceu é que estamos em "default", e os países em "default" têm um tratamento (...) muito mais rigoroso que os países como o Brasil, que estão em uma situação não tão grave quanto a nossa", disse.
No entanto Duhalde considera que o Fundo não tem a intenção de "castigar" a Argentina e que as divergências são normais nas negociações. "É como um divórcio em que os dois cônjuges sempre têm opiniões distintas."

Otimismo
Apesar de se mostrar bastante abatido, o presidente disse estar "otimista" de que haja acordo com o FMI "antes de dezembro".
Duhalde, que viaja a Brasília amanhã para se reunir com o presidente Fernando Henrique Cardoso, também afirmou que a melhor ajuda que pode receber do vizinho é que a economia brasileira esteja "bem" e contribua para a recuperação argentina. (JS)


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