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País usa reservas para pagar dívida de US$ 329 mi
DE BUENOS AIRES
A Argentina resolveu pagar US$ 329 milhões aos organismos internacionais de crédito em dívidas que vencem neste mês para manter viva a possibilidade de fechar um acordo com o FMI. O dinheiro para isso deverá vir de suas
reservas internacionais.
A decisão foi tomada pelo ministro Roberto Lavagna (Economia), que até a semana passada ameaçava o Fundo com a suspensão dos pagamentos.
Lavagna, que se reúne com diretores do Fundo na quinta-feira
em Washington, espera com a decisão destravar as negociações de
um acordo que permitiria a rolagem das dívidas do país com FMI,
Bird e BID até o fim de 2003.
O governo acredita que o pagamento não vá gerar maior pressão
sobre a cotação do dólar porque
as reservas continuariam acima
de US$ 9,1 bilhões.
O presidente Eduardo Duhalde,
porém, se recusou a garantir que
o país vá desembolsar US$ 1,05 bilhão para honrar os vencimentos
de outubro, já que um pagamento
desse valor poderia abalar a estabilidade cambial alcançada pelo
país nos últimos três meses.
Mesmo assim, Duhalde se disse
"otimista" de que "seguramente"
haverá um acordo com o FMI
"antes de dezembro".
Eleição antecipada
Duhalde deve ser obrigado a antecipar a eleição de março e enfrentar uma provável disparada
do dólar se não fechar em breve
um acordo com o FMI, segundo
analistas ouvidos pela Folha.
O analista político Ricardo Rouvier disse que o governo Duhalde
ficaria "vazio de sentido" caso fracassem as negociações porque o
acordo com o Fundo sempre foi
seu principal objetivo.
Nesse caso, Duhalde teria de ceder às pressões de membros do
próprio partido, o Justicialista, e
adiantar a eleição para dezembro
porque poderia prejudicar o desempenho de seus pré-candidatos
se mantendo no cargo.
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