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MERCADO FINANCEIRO
Possível vitória da oposição no primeiro turno e instabilidade externa ditam negócios; juros sobem
Bolsa inicia a semana com baixa de 3,35%
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São Paulo iniciou mais uma semana em baixa. O Ibovespa, índice que concentra as 56 ações mais negociadas do pregão paulista, caiu
3,35% ontem, para 9.264 pontos. O giro financeiro foi pequeno, de
apenas R$ 358,589 milhões.
Notícias internas e externas definiram a baixa de ontem. A crescente possibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer as eleições presidenciais, conforme
apurou pesquisa Datafolha, já no
primeiro turno elevou o mau humor do mercado.
José Serra (PSDB) é o candidato
do mercado por ser associado à
manutenção da atual política econômica. O mercado espera para
hoje a divulgação de pesquisa feita pelo Ibope -os boatos que circulavam ontem eram de que ela
confirmaria o Datafolha.
Segundo Guilherme da Nóbrega, economista-chefe do banco
Fibra, a campanha de Serra deverá passar por ajustes nesta semana. "As últimas pesquisas mostram os limites da propaganda
negativa. Apesar dos ataques de
Serra, Lula cresce. Já o candidato
do PSDB estaciona, talvez por ganhar fama de antipático e truculento", afirma. Esses ajustes devem definir o futuro do candidato
-a ida e até mesmo uma vitória
no segundo turno.
A alta do dólar favoreceu as
ações de empresas exportadoras.
Vale do Rio Doce PNA subiu
3,7%, Aracruz PNB, 2% e Souza
Cruz ON,1,6%.
A instabilidade internacional
também contribuiu para a tensão.
Continua o temor por uma guerra
entre EUA e Iraque e as empresas
americanas têm divulgado queda
em seus lucros. Nasdaq caiu
2,96% e Dow Jones, 1,43%.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), as projeções para
os juros subiram forte.
Os contratos para janeiro, os
mais negociados, passaram de
21,14% para 21,83% anuais.
O nervosismo foi sentido ainda
mais fortemente no cupom cambial -projeção do valor da taxa
de juros em dólar-, que voltou a
disparar para atingir níveis recordes. No fim dos negócios, o FRA
(Forward Rate Agreement, que
melhor mede o cupom cambial)
de prazo mais curto apontava taxa de 50,4% ao ano, ante os 41%
anuais da sexta-feira.
Os C-Bonds, títulos da dívida
brasileira, caíram 5,47%.
(ANA PAULA RAGAZZI E FABRICIO VIEIRA)
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