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Brasileiro já planeja
gastar mais no Natal
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O brasileiro está mais satisfeito
com a sua vida atualmente do que
meses atrás e, ao planejar as compras natalinas, já tem uma propensão maior a fazer gastos no final deste ano do que em 2003.
Números de um levantamento
apresentado ontem pela CNI
(Confederação Nacional da Indústria) mostram que 67% das
pessoas estão contentes com a situação geral de sua vida hoje. No
segundo trimestre de 2004, 65%
diziam o mesmo. O total dos descontentes caiu no mesmo intervalo: de 27% no período de abril a
junho para 24% de julho a setembro, ressalta a confederação.
Outra pesquisa, publicada ontem pelo Provar/USP (Programa
de Administração do Varejo), informa que subiu o índice de intenção de compra dos paulistanos
para o último trimestre do ano sobre o mesmo período de 2003. Segundo a entidade, 64,7% dos consumidores da capital têm intenção de comprar bens duráveis e
semiduráveis neste final de ano.
A taxa é superior à apurada em
igual intervalo em 2000 e em 2003,
mas ainda não atinge os resultados verificados nos quarto trimestres de 2001 e 2002. Os primeiros dados começaram a ser publicados pelo Provar em 1999.
Ao comparar a intenção de gastos do último trimestre com o terceiro trimestre, também houve
elevação. É algo natural, já que no
final do ano a demanda é mais
forte, historicamente. Portanto,
para eliminar esse fator sazonal, a
comparação entre os quartos trimestres de anos anteriores acaba
sendo mais correta.
No caso do Provar, o levantamento foi realizado com base em
entrevistas com 408 consumidores na cidade de São Paulo. Na
CNI, a pesquisa é feita pelo Ibope
a cada três meses com 2.000 pessoas e mede o índice de confiança
dos consumidores. Ela foi realizada em setembro.
"Há uma maior propensão para
gastos, verificada nas pesquisas
desde janeiro de 2004. Agora ela
atingiu o seu pico no ano por conta do Natal e de fatores macroeconômicos, como a queda do desemprego", afirma Luiz Paulo Fávero, coordenador de cursos e
pesquisas do Provar/USP.
Renda em xeque
Ontem, o IBGE publicou que o
rendimento médio do trabalhador brasileiro caiu 0,93% em
agosto na comparação com o
mesmo mês de 2003. Houve retração de 1,4% em relação a julho
deste ano, segundo a entidade.
O aumento da inflação e o crescimento do número de trabalhadores na informalidade pressionaram esses resultados.
Dados da CNI mostram que
64% dos consumidores acreditam
que a renda das pessoas cairá ou
não terá evolução nos próximos
meses. O restante (26%) espera
aumento nesse indicador.
Quanto ao desemprego e à inflação, as informações do relatório da confederação também são
pessimistas. Metade das pessoas
ouvidas acredita que a taxa de inflação no país subirá nos próximos seis meses. Apenas 17% dizem que irá cair. A falta de vagas
no mercado de trabalho deve
crescer, na opinião de 46%.
O maior ânimo aparente pode
não se traduzir em elevados gastos. Ao se analisarem os indicadores dos meses de outubro a dezembro de 2003, a evolução da intenção de compra não foi acompanhada pelo crescimento no valor gasto efetivamente.
Os consumidores entrevistados
informaram querer desembolsar
menos agora com quase todos os
produtos (bens duráveis e semiduráveis) neste Natal.
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