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TRABALHO
Entidade patronal vê paralisação concentrada nos bancos públicos e pede que TST julgue a greve dos bancários
Bancos querem suspender salário de grevista
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fenaban (Federação Nacional
dos Bancos) quer que o TST (Tribunal Superior do Trabalho), em
Brasília, julgue a greve dos bancários e que os bancos deixem de
pagar salários e benefícios dos
dias parados. A greve completa
hoje dez dias. O pedido dos bancos foi encaminhado ao TRT (Tribunal de Regional do Trabalho)
de São Paulo, que ainda não decidiu sobre o caso.
A interferência da Justiça na
greve da categoria começou na última segunda-feira, quando o Ministério Público do Trabalho de
São Paulo pediu ao TRT-SP que
julgasse a paralisação e concedesse liminar para garantir que 70%
dos serviços prestados à população fossem mantidos pelos bancos e pelos funcionários. O TRT-SP ainda não decidiu sobre a concessão da liminar nem sobre o julgamento. Se a liminar for concedida e os grevistas não a acatarem,
os sindicalistas podem pagar
multa de R$ 200 mil por dia.
Para a Fenaban, a greve envolve
categorias nacionais -caso dos
funcionários do Banco do Brasil e
da Caixa Econômica Federal- e,
portanto, deve ser avaliada pelo
TST -instância máxima da Justiça trabalhista. Mas, segundo a Folha apurou, a entidade quer mostrar que a paralisação está concentrada no setor público e que
aposta em uma decisão "mais
conservadora" dos juízes do TST.
Até o fechamento desta edição,
o TST não havia recebido documento da Justiça de São Paulo para pedir o julgamento da greve
dos bancários. Para que isso ocorra, o TRT-SP precisa decidir que o
julgamento vá para Brasília, e o
TST tem de aceitar o pedido, segundo informou a assessoria de
imprensa do TST.
"O que os bancos querem não é
democrático. Essa ação da Fenaban é um equívoco, é um retrocesso. Os bancos querem acabar
com a greve sem negociar", afirma Vagner Freitas, presidente da
CNB (Confederação Nacional dos
Bancários) da CUT. "Os bancos
deveriam buscar a negociação e
evitar a intervenção da Justiça do
Trabalho. Respeitamos o TST,
mas o conflito trabalhista deveria
ser resolvido entre as partes."
A Folha não localizou ontem os
representantes dos bancos para
comentar o assunto. A Fenaban
também pediu ao TRT uma decisão judicial antecipada (tutela antecipada) para que não precisem
pagar os salários e os benefícios
referentes aos dias parados.
Os bancários pedem reajuste salarial de 25% e participação nos
lucros e resultados no valor de salário mais R$ 1.200. A categoria
rejeitou a proposta da Fenaban
que previa reajuste salarial de
8,5% mais R$ 30 para quem ganha salários até R$ 1.500. Acima
dessa faixa, o reajuste era de 8,5%.
O Sindicato dos Bancários de
São Paulo informou ontem que 30
mil estão parados na Grande São
Paulo e que, ontem, foram paralisados 329 locais de trabalho, apesar da forte ação policial.
Em Brasília, os bancários realizaram passeata ontem para pressionar o governo. Depois de percorreram a Esplanada dos Ministérios, pararam em frente ao Ministério da Fazenda para protestar e exigir reajuste de salário.
De acordo com a Polícia Militar,
aproximadamente 1.500 bancários participaram da passeata. Para os sindicalistas, eram cerca de
5.000. A Caixa disse que 6,4%
(134) da agências ficaram fechadas, 31,7% (665) ficaram abertas e
61,9% (1.300) abriram parcialmente. O Banco do Brasil informou que houve paralisação em
todas as capitais.
Com a Sucursal de Brasília
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