São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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LÁ E CÁ

Dia é marcado por confrontos e prisões na greve

DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

Confrontos e prisões em agências da região central de São Paulo marcaram a greve dos bancários em São Paulo ontem. Os bancários decidiram hoje recorrer ao ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, para pedir para que os bancos respeitem o direito de greve.
Berzoini, que presidiu o sindicato da categoria em São Paulo, vai ouvir dos sindicalistas que os bancos estão usando força policial para tentar desmobilizar a greve.
O incidente mais grave ocorreu ontem em frente ao prédio da Nossa Caixa, na rua 15 de Novembro. Em confronto com a PM, o diretor do sindicato e candidato pelo PSTU à Prefeitura de São Paulo, Dirceu Travesso, foi preso duas vezes. Na primeira, por volta das 8h30, ele foi preso, levado ao 1º DP e solto logo depois. Ao voltar à porta do banco, foi intervir quando PMs prendiam um militante do movimento estudantil que participava da manifestação e foi novamente levado ao DP. O sindicalista diz que foi algemado e agredido.
"Eu me identifiquei como candidato político e avisei que minha prisão poderia causar uma repercussão negativa para a polícia", disse. Pela lei, os candidatos não podem ser presos no período pré-eleitoral. Travesso acusou a PM de usar a violência para tentar acabar com a greve. "Fui jogado no chão e me enfiaram no furgão "na pancada", à força."
Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que a PM "agiu em cumprimento a manutenção da ordem, garantindo a entrada dos funcionários ao trabalho e também o direito à manifestação dos grevistas. Não houve arbitrariedade na detenção do sindicalista".
"Foi expedido pela Justiça um interdito proibitório, que permite a entrada dos funcionários aos prédios do banco", informou a Nossa Caixa.
Ricardo Gebrim, advogado trabalhista, diz que o interdito proibitório é um instrumento usado para proteger um patrimônio numa ação ilegal. "Só que as greves são legais."


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