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RECEITA ORTODOXA
Superávit de Tesouro, BC e Previdência chega a R$ 41,7 bi até agosto; cresce gasto com custeio e investimento
Despesa sobe, mas governo eleva economia
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar do aumento nas suas
despesas, o governo central cumpriu com folga a meta de superávit primário (receita menos despesa, exceto os juros da dívida)
prevista para os oito primeiros
meses do ano.
De janeiro a agosto, o esforço
fiscal chegou a R$ 41,7 bilhões -a
meta era de R$ 33,1 bilhões.
O governo central compreende
o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência Social. No
mesmo período do ano passado,
o superávit acumulado foi de R$
34,8 bilhões, ou seja, R$ 6,9 bilhões a menos que o valor registrado neste ano.
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, explicou que o
principal fator que contribuiu para o aumento nos gastos foi o
crescimento nas despesas com
custeio e investimento -elevação de R$ 13,1 bilhões em relação
a 2003. A maior parte do dinheiro
foi para a área da saúde.
O pagamento da Loas (benefícios assistenciais) também elevou
o nível de gasto em R$ 1,4 bilhão.
Some-se a isso a alta na despesa
com pessoal e encargos sociais em
R$ 3,4 bilhões neste ano na comparação com 2003.
Levy disse ainda que os gastos,
principalmente nos ministérios
da área social, tiveram um percentual mais alto do que de janeiro a agosto do ano passado.
"O gasto está indo bem. Estamos pagando as contas do ano
passado [os chamados restos a
pagar] e executando os gastos
deste ano", disse o secretário. No
início do ano, os restos a pagar somavam R$ 9 bilhões. Já foram pagos R$ 5,8 bilhões.
Em agosto, o esforço fiscal ficou
em R$ 3,79 bilhões -superior ao
registrado em julho (R$ 3,59 bilhões), embora a receita arrecadada tenha sido menor.
Na avaliação do secretário, fatores típicos de certos períodos do
ano influenciaram na queda da
receita. Um exemplo seria o pagamento da cota única ou da primeira cota do IR da pessoa jurídica e da CSLL (Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido) em julho.
O déficit da Previdência voltou a
crescer em agosto. O pagamento
de benefícios superou a arrecadação de contribuições em R$ 2,57
bilhões. Em julho, o saldo negativo tinha ficado em R$ 2,26 bilhões. Segundo o Tesouro, houve
aumento das despesas com benefícios previdenciários por causa
da elevação no pagamento de sentenças judiciais de pequeno valor.
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