São Paulo, quarta-feira, 24 de outubro de 2001

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PRIVATIZAÇÃO

Governador do PR nega que empresas tenham pedido nova data

Jaime Lerner diz que leilão da Copel não vai ser adiado

RONALDO SOARES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL), negou ontem que o governo tenha recebido pedido de empresas para adiar o leilão da Copel (Companhia Paranaense de Energia), marcado para o próximo dia 31. Ele disse que o cronograma está mantido.
Lerner considerou "muito bom" o fato de quatro grupos terem confirmado interesse em assumir o controle da Copel. Originalmente, havia 11 grupos inscritos para o leilão.
"Este é um resultado muito bom, que está dentro do previsto e significa uma boa continuidade em todo o processo", disse.
Termina hoje o prazo de adesão para acionistas minoritários venderem suas ações no leilão. Os acionistas minoritários detêm cerca de 15% das ações da empresa. O preço mínimo da Copel está estipulado em R$ 4,32 bilhões.
Ontem à tarde, o advogado Guilherme Amintas apresentou recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (Porto Alegre), pedindo que seja mantida a liminar que suspendeu o leilão da Copel na última sexta-feira.
A liminar foi cassada no sábado pelo presidente interino do TRF, desembargador Nylson Paim de Abreu. O recurso do advogado deve ser apreciado hoje pelo plenário do TRF.
Outra medida judicial foi apresentada ontem pela ONG (organização não-governamental) ambientalista Amar (Associação do Meio Ambiente de Araucária).
A entidade deu entrada em ação civil pública na Justiça Federal do Paraná contra a Copel e a União (como poder concedente) pedindo que a companhia seja obrigada a pagar indenização ambiental por supostos danos ao ecossistema causados pelo reservatório da usina Capivari, na região metropolitana de Curitiba.
O valor da indenização não foi calculado, mas a ONG estima perdas ambientais de R$ 10 milhões no entorno da represa, que tem 27 quilômetros quadrados.
Segundo a advogada da ONG, Marlene Zannin, a ação tem também o objetivo de mostrar aos interessados na Copel que o vencedor do leilão terá de assumir um passivo ambiental decorrente de eventuais danos à natureza causados pela companhia.


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