Flavio Pereira/"ValeParaibano"

Incêndio em área de produção da Revap (São José dos Campos)

Uma explosão no forno usado na fabricação de querosene para aviação provocou ontem a interrupção total dos trabalhos na Revap, a segunda maior refinaria da Petrobras, responsável por 14% do petróleo processado no país e localizada em São José dos Campos (97 km de São Paulo).
O acidente ocorreu por volta das 11h20 e, segundo o Corpo de Bombeiros, quatro funcionários sofreram ferimentos leves, atingidos por estilhaços de vidros, quebrados pelo deslocamento de ar.
Segundo o sindicato dos petroleiros da cidade, o que provocou a explosão foi um vazamento de gás em uma tubulação do sistema do forno. Técnicos da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) estiveram no local, disseram que o vazamento não é tóxico e não quiseram adiantar se a estatal será multada.
A Petrobras disse que a Revap fornece metade do querosene para aviação consumido no Brasil. Mas, segundo a empresa, não há risco de desabastecimento.
A paralisação nos trabalhos industriais deve continuar hoje. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, a Revap processou em agosto quase 7 milhões de barris de petróleo. Até o início da noite, a Petrobras não havia divulgado uma estimativa dos prejuízos com a explosão. O sindicato disse que vários vidros no interior da refinaria quebraram e algumas paredes ficaram trincadas.
O acidente ocorreu momentos após a empresa encerrar um simulado de acidente de trabalho.
O secretário-geral do sindicato, Aílton Laurentino, disse que não houve vítima porque o acidente ocorreu no horário de almoço dos trabalhadores. "Desconfiamos que um dos motivos possa estar ligado à falta de manutenção do equipamento, com 20 anos de uso." Mas a empresa afirmou que descarta a hipótese de falha na manutenção, pois, segundo sua assessoria, o forno passa ao menos por uma manutenção anual.
A Cetesb e o sindicato disseram que um acidente como esse não ocorria na Revap desde 1981, quando nove funcionários morreram após o vazamento de um gás. Cerca de 800 pessoas trabalham na refinaria Henrique Lage.
O sindicato e a empresa formaram uma comissão para investigar o acidente. De acordo com a Petrobras, não há prazo para o término dos trabalhos.


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