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Grandes do G20 seguem unidos, diz sul-africano
GUY DE JONQUIERES
DAVID WHITE
DO "FINANCIAL TIMES"
África do Sul, Brasil, China e
Índia estão negociando possíveis acordos comerciais entre
eles, o que coloca em destaque
a crescente importância desses
países no comércio internacional, disse Alec Erwin, ministro
da Indústria e Comércio da
África do Sul.
Erwin disse ontem ao "Financial Times" que os quatro
países, que lideram o G20 dos
países em desenvolvimento,
vão se manter unidos nas negociações sobre a agricultura na
OMC (Organização Mundial
do Comércio). O ministro espera a adesão de outros países
pobres.
Erwin reconheceu que a proliferação de acordos regionais e
bilaterais poderia fragmentar
os mercados mundiais e aumentar os custos do comércio.
Mas disse que espera que a
perspectiva de tratados comerciais entre os quatro grandes
países em desenvolvimento leve os EUA e a União Européia a
um novo esforço para promover a retomada da Rodada Doha de negociações comerciais,
que está estagnada.
O ministro disse que "o peso
dessas economias no sistema
mundial de comércio é grande
demais para ser ignorado.
Quando a Europa, os EUA e
Tóquio se sentarem para comparar o que é melhor, a OMC
ou o que vem acontecendo recentemente, eles terão de dizer
que é a OMC".
Ainda que as negociações
planejadas devam ser difíceis,
"as suas empresas [dos países
ricos] não vão ficar sentadas
assistindo ao surgimento de
um acordo de livre comércio
entre o Brasil, a Índia, a África
do Sul e a China".
Ele disse que a Índia discute
um acordo de comércio com a
China, com a União Alfandegária Sul-Africana (SACU) e com
o Mercosul. A África do Sul está
conversando com a China e o
Mercosul sobre possíveis acordos com a SACU.
Erwin disse que, embora diversos países menores tenham
deixado o G20 recentemente,
os quatro maiores membros
formam o "núcleo". Ele espera
que outras nações, como Indonésia, Filipinas, Egito e Nigéria,
ingressem no bloco.
Washington vem usando
pressão diplomática pesada
para persuadir alguns países latino-americanos menores a
deixar o G20, advertindo-os de
que continuar no grupo ameaçaria os elos com os EUA e suas
esperanças de acordos comerciais com os norte-americanos.
Erwin disse que os EUA não
exerceram pressão semelhante
sobre a África do Sul, com a
qual estão discutindo um acordo. "Existe um limite para a
pressão que os EUA podem
exercer. Se decidirem cancelar
acordos ou cancelar sua assistência a cada cinco minutos em
função das posições de negociação de um país, a coisa toda
vira uma futilidade", afirmou.
Ele negou que as divergências
entre os principais membros
do G20 resultariam em uma cisão entre eles, declarando que a
única diferença entre as posições desses países era quanto à
velocidade de abertura de seus
mercados agrícolas.
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