São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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ZONA FRANCA

Presidente do PFL atribui rumores a "adversários desleais"

Bornhausen nega ser sócio de empresa

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), nega rumores de que seja dono ou sócio da empresa Brasif.
Recentemente, o site da FGV (Fundação Getúlio Vargas) apontou Bornhausen, em um verbete biográfico do dicionário histórico-biográfico brasileiro, como um dos sócios do grupo que controla os duty-frees no país.
"Nunca fui sócio nem dono. Deixei o Senado, em 1991, quando fui convidado por Jonas Barcellos [dono do grupo Brasif], que é meu amigo, para trabalhar na empresa. Fui vice-presidente da empresa em 1991 e 1992", disse o senador. "Sai de lá, em 1992, para ser chefe da Secretaria Geral da Presidência da República [governo Fernando Collor]."
Segundo o político, houve um erro da FGV. "Na minha biografia, disseram que eu era sócio da Brasif. Havia vários erros de natureza, inclusive política." Em carta encaminhada à fundação, o senador atribui aos seus "adversários" o rumor de que é dono da Brasif.
"Não possuo uma só ação do empreendimento. Isso é uma inverdade que adversários desleais assacam contra mim sem jamais apresentar uma só prova do que dizem. Mesmo porque essas provas não existem", diz na carta.
Para o senador, a Brasif é uma grande empresa que está nos aeroportos de todo o país. "[A Brasif] está nos aeroportos onde houve concorrência." Na época em que Bornhausen foi vice-presidente da empresa, ele disse que a Brasif operava no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre.
O amigo empresário, diz o senador, é um dos maiores criadores de gado Nelore do Brasil. "Nós nos conhecemos na década de 70. Somos compadres. Fui padrinho de casamento dele", afirma.
"Sempre há essa confusão", admite Jonas Barcellos Corrêa Filho, dono da Brasif. "Somos amigos há muitos anos."
Curiosamente, o único Estado no qual a Brasif não opera duty-frees é Bahia -território do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), um dos principais rivais de Bornhausen.
Ao ser questionado sobre o assunto, o presidente do PFL diz que "não há apadrinhamento político em concorrência pública".

Doações
A Brasif é uma das doadoras de campanha do PFL, segundo informações disponíveis no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Além do partido, do qual o senador é presidente, a empresa também contribuiu para candidatos do PPS, PMDB, PT, PV e PRTB -a maioria do Estado de Minas Gerais, onde a empresa tem sede.
Em 2000, a Brasif aparece na lista dos 20 maiores doadores de campanha eleitoral.
(CLAUDIA ROLLI E FÁTIMA FERNANDES)

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