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Skilling, da Enron, é condenado à prisão
Ex-presidente da empresa envolvida em fraude recebe sentença de 24 anos; fundador morreu em julho
DA REDAÇÃO
O ex-presidente da Enron
Jeffrey Skilling foi condenado
ontem a 24 anos e quatro meses
de prisão por seu papel no escândalo financeiro envolvendo
a empresa que comandava.
Skilling, 52, recebeu a maior
sentença entre as já distribuídas aos acusados de participação na fraude na empresa de
energia. O juiz Sim Lake ordenou que Skilling fique em prisão domiciliar, usando uma
tornozeleira eletrônica, até que
o Departamento de Prisões defina onde ele cumprirá a pena.
O ex-presidente da Enron se
disse inocente no julgamento.
"Sou inocente de cada uma dessas acusações", disse ele ao juiz.
Mas Skilling disse que sente remorso pelo que aconteceu. "Foi
muito difícil para mim, mas,
mais importante, foi incrivelmente difícil para a minha família, para os funcionários da
Enron, para meus amigos e para a comunidade."
Manipulações contábeis e
contratos de má qualidade levaram a prejuízos de US$ 60 bilhões para os acionistas da
Enron quando as fraudes foram descobertas. Além disso,
milhares de funcionários perderam seus empregos e cerca
de US$ 2 bilhões com que haviam contribuído para o plano
de pensão da companhia.
Skilling ficou conhecido por
sua arrogância, agressividade e
aparente falta de remorso após
o colapso da Enron, o que o tornou o principal objeto do ódio
público após o escândalo.
Ele foi condenado em maio
em 19 acusações de fraude,
conspiração, uso de informação privilegiada e por mentir a
auditores. Skilling foi absolvido
de outras nove acusações.
Vítimas
Pessoas prejudicadas pela
Enron presentes ao julgamento
pediram ao juiz que condenasse Skilling à prisão perpétua.
Dawn Martin, funcionária da
Enron, disse que "Skilling provou ser um mentiroso, ladrão e
bêbado, agindo como se estivesse acima da lei".
Algumas vítimas, porém, defenderam Skilling. "Não posso
dizer com maior certeza que,
durante 20 anos, não vi ou ouvi
nada mostrando que ele liderava uma grande conspiração para enganar acionistas e funcionários da Enron", disse Sherri
Sera, ex-funcionária.
O fundador da Enron, Kenneth Lay, foi condenado em dez
acusações de fraude, conspiração e por mentir a bancos. Ele
morreu de doença cardíaca em
5 de julho e não chegou a cumprir pena na prisão.
Recentemente, Bernard Ebbers, ex-presidente da WorldCom, empresa de telecomunicações que entrou em colapso
após a descoberta de fraudes
contábeis de US$ 11 bilhões, foi
condenado a 25 anos de prisão.
Com agências internacionais
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