São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2008

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Financiamento de veículos é alvo do Banco do Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois do consignado, os financiamentos para compra de automóveis são o foco do Banco do Brasil. Segundo a Folha apurou, a instituição federal analisa a aquisição de cinco carteiras desse segmento oferecidas por bancos de pequeno porte e também por outros ligados diretamente às montadoras.
O BB tem R$ 3 bilhões disponíveis para essas aquisições. Os recursos foram liberados a partir das mudanças promovidas pelo Banco Central no recolhimento compulsório -parte dos depósitos captados dos clientes que é transferida para o BC.
Além da compra de carteiras, o BB tem elevado o financiamento a montadoras, segmento no qual o banco já atuava antes da crise financeira e no qual tem interesse. Os empréstimos a montadoras, segundo fontes do governo ligadas à instituição, têm crescido e deverão se elevar mais, já que é um setor importante para o crescimento do país, e a perspectiva é de continuidade do aumento do consumo de automóveis.

Bancos
Após a flexibilização dos compulsórios, o BB conta ainda com mais R$ 5 bilhões que podem ser usados livremente, para aumentar a compra de carteiras ou mesmo adquirir instituições inteiras. A Folha apurou que o BB analisa a possibilidade de comprar cinco bancos ou instituições ligadas ao setor financeiro, o que poderia incluir o setor automotivo.
Oficialmente, o Banco do Brasil nega que haja alguma negociação. No entanto, ontem, aumentaram os rumores de que a instituição poderá comunicar ao mercado em breve uma aquisição. Após encontro com o presidente Lula, o governador mineiro, Aécio Neves (PSDB), disse que essa é uma "possibilidade concreta".
Ele disse ter ouvido isso do próprio presidente. "Temos uma preocupação grave em relação a esse setor, porque, se não fosse o financiamento direto das próprias montadoras, já teríamos uma queda maior do que se anuncia", disse Aécio. Segundo ele, o BB poderá "eventualmente" adquirir uma financeira, para que possa complementar os investimentos de financiamento das montadoras, que estão aquém da demanda". (EDUARDO SCOLESE E SHEILA D'AMORIM)


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