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Empresa admite fraude de US$ 1 bi no balanço
DE NOVA YORK
A maior empresa de hipotecas e
financiamento imobiliário dos
EUA, a Freddie Mac, tornou-se
pivô de mais um escândalo bilionário nos EUA. A agência pública
admitiu ter fraudado balanços e
relatou os detalhes de uma série
de técnicas de contabilidade usadas para "maquiar" resultados.
Os números revelados pela empresa na última sexta-feira dão a
dimensão das fraudes. Em 2001, a
empresa divulgou um lucro inexistente de quase US$ 1 bilhão.
Em 2002 e em 2000, a empresa
adotou uma fraude inversa.
Anunciou ter tido lucros menores
do que de fato havia acumulado.
Nesses dois anos, a soma da camuflagem dessas receitas chegou
a US$ 6 bilhões.
Novo chefe
O escândalo pressionou mudanças na cúpula da empresa.
Shaun O'Malley, presidente da
comissão de diretores, declarou
que o nome de um novo chefe
executivo será anunciado até o final deste ano. O'Malley também
enfatizou que a Freddie Mac tem
promovido reformas no sistema
de contabilidade.
Apesar da revelação do esquema de fraudes, os "ratings" (notas) das três agências de risco para
a empresa permaneceram em
AAA, a mais elevada. O balanço
relativo a 2003 da Freddie só será
conhecido em junho de 2004.
Nesse período, a empresa continua a enfrentar investigações de
órgãos reguladores dos EUA e um
aperto do controle governamental das suas atividades.
Fiscalização
"Nós chegamos ao território da
Enron [alusão ao megaescândalo
corporativo que envolveu a empresa] e deveríamos estar bastante preocupados", afirmou o deputado republicano Richard Baker.
Para ele, a fiscalização do governo nesse caso ainda está aquém
do desejado. Baker defende ainda
maior rigor na supervisão da Fannie Mae, empresa governamental
do setor de hipotecas associada à
Freddie Mac.
As fraudes contábeis preocupam os analistas porque podem
abalar o mercado de capitais e o
sistema financeiro norte-americanos. Enquanto forem vistos como casos isolados, os escândalos
apenas abalam a credibilidade das
empresas e causam mudanças no
comando, mas uma generalização de fraudes pode levar acionistas a se livrarem de ações, e no caso de bancos, seguradoras e corretoras, pode causar uma fuga em
massa de clientes.
(CC)
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