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Financiamento para a alta renda é o que mais cresce
Saldo de créditos a pessoa física na faixa entre R$ 5.000 e R$ 50 mil subiu 23% desde dez/05
Mas, para as empresas, os financiamentos que mais se
expandem são os de menor valor; relação crédito/PIB
alcança 33,1% em outubro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Números divulgados ontem
pelo Banco Central indicam
que a expansão do crédito ocorrida neste ano está mais concentrada em pessoas de renda
mais elevada e em empresas de
pequeno e médio porte.
Do lado das pessoas físicas,
os empréstimos com valores
entre R$ 5.000 e R$ 50 mil foram os que mais cresceram: entre dezembro de 2005 e setembro último, o saldo desses créditos subiu 23,2%, chegando a
um total de R$ 145,8 bilhões.
Já os financiamentos de até
R$ 5.000 registraram aumento
de somente 7,8% nesse período, somando R$ 110,6 bilhões
em setembro. Os empréstimos
a pessoas físicas como um todo
chegaram a R$ 311,1 bilhões, alta de 16,7% no ano.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a maior procura por
empréstimos entre R$ 5.000 e
R$ 50 mil reflete o crescimento
registrado pelo chamado crédito consignado, tipo de financiamento em que as parcelas da dívida são descontadas diretamente no salário do cliente.
Essa é uma das modalidades
de crédito que mais crescem no
país e, de acordo com Lopes,
costumam se situar nessa faixa
de valores. Em outubro, o saldo
de empréstimos consignados
estava em R$ 86,6 bilhões, crescimento de 44,1% neste ano.
Do lado das empresas, ocorreu o contrário: os empréstimos de maior valor foram os
que menos cresceram neste
ano. Os financiamentos acima
de R$ 10 milhões acumulavam
alta de 8,1% até setembro, totalizando R$ 138,3 bilhões.
Na outra ponta, os créditos
de até R$ 100 mil a pessoas jurídicas cresceram 8,3%, somando R$ 71,3 bilhões. Nas operações de valor intermediário, o
aumento foi de 12,6%, com saldo de R$ 163,8 bilhões em setembro. Segundo Lopes, as empresas de pequeno e médio porte têm buscado mais empréstimos bancários, já que companhias maiores podem se financiar no mercado de capitais
-com emissão de ações e debêntures, por exemplo.
Ao todo, o crédito oferecido
pelo sistema financeiro nacional no mês passado estava em
R$ 697,3 bilhões, o equivalente
a 33,1% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. A proporção
entre crédito e PIB é a mais alta
em dez anos, embora ainda seja
baixa quando comparada com a
média internacional.
Para a Febraban (Federação
Brasileira dos Bancos), a expectativa é que, ao longo de 2007, a
oferta de crédito cresça 19%,
puxada, principalmente, pelos
financiamentos habitacionais.
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