São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2006

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Financiamento para a alta renda é o que mais cresce

Saldo de créditos a pessoa física na faixa entre R$ 5.000 e R$ 50 mil subiu 23% desde dez/05

Mas, para as empresas, os financiamentos que mais se expandem são os de menor valor; relação crédito/PIB alcança 33,1% em outubro


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Números divulgados ontem pelo Banco Central indicam que a expansão do crédito ocorrida neste ano está mais concentrada em pessoas de renda mais elevada e em empresas de pequeno e médio porte.
Do lado das pessoas físicas, os empréstimos com valores entre R$ 5.000 e R$ 50 mil foram os que mais cresceram: entre dezembro de 2005 e setembro último, o saldo desses créditos subiu 23,2%, chegando a um total de R$ 145,8 bilhões.
Já os financiamentos de até R$ 5.000 registraram aumento de somente 7,8% nesse período, somando R$ 110,6 bilhões em setembro. Os empréstimos a pessoas físicas como um todo chegaram a R$ 311,1 bilhões, alta de 16,7% no ano.
Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, a maior procura por empréstimos entre R$ 5.000 e R$ 50 mil reflete o crescimento registrado pelo chamado crédito consignado, tipo de financiamento em que as parcelas da dívida são descontadas diretamente no salário do cliente.
Essa é uma das modalidades de crédito que mais crescem no país e, de acordo com Lopes, costumam se situar nessa faixa de valores. Em outubro, o saldo de empréstimos consignados estava em R$ 86,6 bilhões, crescimento de 44,1% neste ano.
Do lado das empresas, ocorreu o contrário: os empréstimos de maior valor foram os que menos cresceram neste ano. Os financiamentos acima de R$ 10 milhões acumulavam alta de 8,1% até setembro, totalizando R$ 138,3 bilhões.
Na outra ponta, os créditos de até R$ 100 mil a pessoas jurídicas cresceram 8,3%, somando R$ 71,3 bilhões. Nas operações de valor intermediário, o aumento foi de 12,6%, com saldo de R$ 163,8 bilhões em setembro. Segundo Lopes, as empresas de pequeno e médio porte têm buscado mais empréstimos bancários, já que companhias maiores podem se financiar no mercado de capitais -com emissão de ações e debêntures, por exemplo.
Ao todo, o crédito oferecido pelo sistema financeiro nacional no mês passado estava em R$ 697,3 bilhões, o equivalente a 33,1% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. A proporção entre crédito e PIB é a mais alta em dez anos, embora ainda seja baixa quando comparada com a média internacional.
Para a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), a expectativa é que, ao longo de 2007, a oferta de crédito cresça 19%, puxada, principalmente, pelos financiamentos habitacionais.


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