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Juros bancários caem menos que reduções da Selic
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A redução que a taxa Selic
vem sofrendo desde o final do
ano passado está tendo um
efeito cada vez menor no custo
dos empréstimos bancários. Isso porque, segundo dados do
Banco Central, o peso do
"spread" bancário sobre os juros cobrados nos financiamentos tem aumentado continuamente nos últimos meses.
"Spread" é a diferença entre
os juros pagos pelas instituições financeiras para captar recursos no mercado e a taxa praticada nos empréstimos aos
clientes. Entre setembro e outubro, os juros médios cobrados pelos bancos recuaram de
41,5% ao ano para 41,2%, nível
mais baixo desde 2000. Mas o
"spread" não se alterou, seguindo em 27,8 pontos percentuais.
Isso significa que, do custo
médio de uma dívida bancária
em outubro, 67% correspondiam ao "spread", e 33% ao custo de captação das instituições
financeiras. Em setembro de
2005, quando teve início o processo de redução da taxa Selic, o
"spread" representava 61% dos
juros pagos pelos devedores.
A taxa Selic é um dos fatores
que mais influenciam no custo
de captação dos bancos. Entre
setembro de 2005 e outubro de
2006, ela foi reduzida de
19,75% ao ano para 13,75%. No
mesmo período, os juros médios dos bancos passaram de
48,1% para 41,2% ao ano, e o
"spread", de 44,0 pontos percentuais para 39,9 pontos.
"O "spread" não tem que cair
na mesma velocidade da taxa
Selic", diz o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. "Existe uma série de
outros fatores, como risco [dos
empréstimos], margem [de lucro dos bancos], impostos e
custos administrativos."
Em nota distribuída após a
divulgação dos números do BC,
a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) afirmou que
"as taxas de juros têm apresentado expressiva redução".
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