São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2006

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Juros bancários caem menos que reduções da Selic

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A redução que a taxa Selic vem sofrendo desde o final do ano passado está tendo um efeito cada vez menor no custo dos empréstimos bancários. Isso porque, segundo dados do Banco Central, o peso do "spread" bancário sobre os juros cobrados nos financiamentos tem aumentado continuamente nos últimos meses.
"Spread" é a diferença entre os juros pagos pelas instituições financeiras para captar recursos no mercado e a taxa praticada nos empréstimos aos clientes. Entre setembro e outubro, os juros médios cobrados pelos bancos recuaram de 41,5% ao ano para 41,2%, nível mais baixo desde 2000. Mas o "spread" não se alterou, seguindo em 27,8 pontos percentuais.
Isso significa que, do custo médio de uma dívida bancária em outubro, 67% correspondiam ao "spread", e 33% ao custo de captação das instituições financeiras. Em setembro de 2005, quando teve início o processo de redução da taxa Selic, o "spread" representava 61% dos juros pagos pelos devedores.
A taxa Selic é um dos fatores que mais influenciam no custo de captação dos bancos. Entre setembro de 2005 e outubro de 2006, ela foi reduzida de 19,75% ao ano para 13,75%. No mesmo período, os juros médios dos bancos passaram de 48,1% para 41,2% ao ano, e o "spread", de 44,0 pontos percentuais para 39,9 pontos.
"O "spread" não tem que cair na mesma velocidade da taxa Selic", diz o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. "Existe uma série de outros fatores, como risco [dos empréstimos], margem [de lucro dos bancos], impostos e custos administrativos."
Em nota distribuída após a divulgação dos números do BC, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) afirmou que "as taxas de juros têm apresentado expressiva redução".


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