São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2006

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DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o "New York Times" publicou texto sobre o Submarino, começou advertindo seus leitores de que "a história não é muito romântica". Era 2002, e a história da "Amazon" brasileira, fundada em 1999, dizia o diário americano, não era a história típica do mundo virtual, pelo menos não a história que se esperava, naquela época, de uma empresa de internet.
Por trás do Submarino não havia um adolescente genial, tampouco um jovem recém-formado pronto a criar um gigante e enriquecer à velocidade da luz, dizia o "NYT". Pelo contrário, Murillo Tavares, que era então diretor do Submarino, já tinha 32 anos quando se tornou, em 1999, o principal executivo da empresa que se tornaria, para os padrões brasileiros, uma gigante do varejo on-line. Por trás de Tavares estava o nada inexperiente GP Investimentos, um dos maiores grupos de investimentos do país e que controla a Lojas Americanas.
Os planos não eram nada modestos. A empresa não começava do zero. O GP comprara a Booknet, uma das pioneiras do varejo eletrônico, que vendia apenas livros. Da Booknet o Submarino já herdava uma rede de 50 mil clientes construída nos quatro anos anteriores.
O novo nome, Submarino, havia sido escolhido pela familiaridade, primeiro, com o oceano e, segundo, com as línguas espanhola e portuguesa. Oceano, explicavam os executivos da empresa, porque a idéia era que o varejo virtual permitia a existência de uma loja ampla, imensa, com uma variedade imensa de produtos. Um nome que não causasse estranheza em nenhuma das línguas era necessário porque a ambição do site era se tornar um grande varejista para os mercados de língua espanhola e portuguesa.
Foi por isso que o varejista virtual montou operações na Espanha, no México e na Argentina. Mas o comércio virtual não parecia deslanchar como esperado no resto da América Latina e no sul da Europa. Na Argentina, a maior crise da história do país atropelou os planos da empresa brasileira.
Depois dos percalços -a maior parte em 2000, quando o mercado mundial de internet tentava sobreviver ao estouro da bolha da então chamada "nova economia"-, o Submarino voltou-se para o mercado interno, ainda incipiente, mas que crescia a taxas muito altas.
Em março de 2005, quando a loja abriu seu capital, lançando ações na Bolsa, o Submarino já faturava mais de meio bilhão de reais e vendia cerca de 700 mil itens.
(MARCELO BILLI)


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