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DA REPORTAGEM LOCAL
Quando o "New York Times" publicou texto sobre o
Submarino, começou advertindo seus leitores de que "a
história não é muito romântica". Era 2002, e a história
da "Amazon" brasileira, fundada em 1999, dizia o diário
americano, não era a história
típica do mundo virtual, pelo
menos não a história que se
esperava, naquela época, de
uma empresa de internet.
Por trás do Submarino não
havia um adolescente genial,
tampouco um jovem recém-formado pronto a criar um
gigante e enriquecer à velocidade da luz, dizia o "NYT".
Pelo contrário, Murillo Tavares, que era então diretor
do Submarino, já tinha 32
anos quando se tornou, em
1999, o principal executivo
da empresa que se tornaria,
para os padrões brasileiros,
uma gigante do varejo on-line. Por trás de Tavares estava o nada inexperiente GP
Investimentos, um dos
maiores grupos de investimentos do país e que controla a Lojas Americanas.
Os planos não eram nada
modestos. A empresa não começava do zero. O GP comprara a Booknet, uma das
pioneiras do varejo eletrônico, que vendia apenas livros.
Da Booknet o Submarino já
herdava uma rede de 50 mil
clientes construída nos quatro anos anteriores.
O novo nome, Submarino,
havia sido escolhido pela familiaridade, primeiro, com o
oceano e, segundo, com as
línguas espanhola e portuguesa. Oceano, explicavam
os executivos da empresa,
porque a idéia era que o varejo virtual permitia a existência de uma loja ampla, imensa, com uma variedade imensa de produtos. Um nome
que não causasse estranheza
em nenhuma das línguas era
necessário porque a ambição
do site era se tornar um grande varejista para os mercados de língua espanhola e
portuguesa.
Foi por isso que o varejista
virtual montou operações na
Espanha, no México e na Argentina. Mas o comércio virtual não parecia deslanchar
como esperado no resto da
América Latina e no sul da
Europa. Na Argentina, a
maior crise da história do
país atropelou os planos da
empresa brasileira.
Depois dos percalços -a
maior parte em 2000, quando o mercado mundial de internet tentava sobreviver ao
estouro da bolha da então
chamada "nova economia"-, o Submarino voltou-se para
o mercado interno, ainda incipiente, mas que crescia a
taxas muito altas.
Em março de 2005, quando a loja abriu seu capital,
lançando ações na Bolsa, o
Submarino já faturava mais
de meio bilhão de reais e vendia cerca de 700 mil itens.
(MARCELO BILLI)
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