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Centrais querem 7,72% para aposentados
Índice de reajuste corresponde à inflação de 3,64% mais 80% do aumento do PIB de 2008; proposta será levada ao governo
Planalto havia proposto inflação mais 50% do PIB, o que daria 6,19%; Cobap diz que sai da negociação se governo não aceitar os 7,7%
DO "AGORA"
As centrais sindicais, incluindo a Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), chegaram ontem a
uma proposta única de reajuste
para os aposentados que ganham mais que o salário mínimo. O índice é de 7,72% para
2010, igual à inflação acumulada deste ano, prevista em
3,64%, mais 80% do crescimento do PIB de 2008.
O índice é menor do que os
9% que serão aplicados ao salário mínimo. Os aposentados e
parte das centrais queriam um
aumento igual a esse.
As centrais também exigem o
fim do fator previdenciário, inclusive o fim do fator 85/95,
que já havia sido aprovado pela
CUT e pela Força Sindical em
um acordo feito em agosto.
"O aumento [7,72%] é o máximo que podemos ceder. Se o
governo não aceitar, sairemos
da negociação", diz o presidente da Cobap, Warley Gonçalles.
"Não é a proposta ideal, mas é
um índice factível de ser aprovado. Como todas as centrais
estão apoiando essa proposta,
acredito que o governo vai aceitar", disse Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).
Lula já disse que, se as centrais concordarem com índice
que caiba nas contas, poderá
dar um reajuste maior. O governo havia proposto aumento
real de 50% do crescimento do
PIB, o que daria 6,19%.
"Foi um recuo em relação à
proposta inicial de reajuste,
mas estamos avançando muito
em outros pontos. A extinção
do fator previdenciário é fundamental", disse Ricardo Patah, presidente da UGT.
As centrais também definiram que o cálculo do benefício
deve ser feito pela média longa,
que leva em conta as 80% maiores contribuições pagas pelo segurado desde julho de 1994.
"Não é justo aplicar a média
curta, que usa as últimas 36
contribuições, como prevê o
projeto que está no Congresso", disse Artur Henrique, presidente da CUT.
As centrais e a Cobap devem
se reunir nos próximos dias
com o ministro Luiz Dulci, da
Secretaria-Geral da Presidência, para apresentar a proposta.
O governo não comentou.
Para garantir a extinção do
fator previdenciário, sem um
novo índice redutor no lugar, o
deputado federal Arnaldo Faria
de Sá (PTB-SP) aceita alterar o
projeto do fim do índice que havia sido aprovado no Senado e
está pronto para ser votado na
Câmara. "Alterar a regra da média curta para a longa, como
querem as centrais e os aposentados, não é nenhum problema.
O que não pode é o governo
querer forçar uma regra que
continue reduzindo o valor das
aposentadorias."
Extrato
O ministro da Previdência
Social, José Pimentel, disse ontem que, a partir de janeiro,
mais bancos poderão emitir o
extrato com informações sobre
os vínculos empregatícios e o
tempo de contribuição dos segurados do INSS.
Atualmente, só o Banco do
Brasil tem permissão para emitir esse tipo de extrato.
"Queremos a partir de janeiro estender esse convênio para
toda a rede bancária do país."
A Caixa está se preparando
para emitir o extrato para os
correntistas e também para os
segurados que têm o cartão cidadão -que é utilizado para a
consulta do saldo do FGTS.
Também é possível consultar o
extrato no site do INSS (www.previdenciasocial.gov.br).
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