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SINDICALISMO
Geração de empregos fica em segundo plano e central quer aumento do salário-mínimo já
CUT retoma a reivindicação salarial
da Sucursal de Brasília
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) vai dar ênfase à luta
por aumentos salariais a partir do
próximo ano, afirmou o presidente do sindicato, Vicente Paulo
da Silva, o Vicentinho, depois de
se encontrar, ontem, em Brasília,
com o ministro do Trabalho,
Francisco Dornelles.
Vicentinho quer um aumento
imediato do salário mínimo de R$
136 para R$ 180. O ministro afirmou que cada discussão tem o
seu momento. "Só vamos falar de
salário depois de 15 de abril", assegurou Dornelles.
O ministro do Trabalho afirmou que a discussão do valor do
salário mínimo não é tão importante porque poucos trabalhadores no Brasil recebem o mínimo.
Para Dornelles, os salários devem ser negociados entre as empresas e os trabalhadores. "Eu espero que eles se entendam".
Além do aumento imediato do
mínimo, o sindicalista quer que o
salário passe para R$ 360 num
prazo de um ano e chegue a R$
850 nos próximos cinco anos.
Segundo o sindicalista, desde a
criação do Real, em 1994, a CUT
tem centrado seus esforços na geração de emprego. "Vamos mudar o centro da nossa campanha
para a questão salarial", afirmou
Vicentinho, que não quis comemorar a recente redução do desemprego para 7,3%, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística).
"A redução era esperada", disse
Vicentinho. Na sua opinião, a taxa de desocupação no Brasil continua alta e não há perspectivas de
melhoras no próximo ano. "Essa
queda, que é boa, foi impulsionada pelas vendas de fim de ano.
Não vi o governo plantar nenhuma semente para o próximo", disse ele.
Vicentinho só ficou um pouco
mais otimista com a situação do
emprego, quando lembrou que
no ano que vem há eleições. "Ninguém vai querer tomar medidas
impopulares e isso pode ajudar",
disse ele.
O presidente do sindicato disse
que a melhor maneira de aumentar o emprego no país é aumentar
os salários. "Com mais renda, aumenta-se o consumo, incentiva-se a produção e criam-se postos
de trabalho", afirmou ele.
O anúncio da mudança de estratégia da CUT aconteceu depois
de divulgados os últimos dados
do IBGE, revelando uma queda
de 4,9% na renda média do trabalhador.
No encontro com Dornelles, Vicentinho afirmou que propôs que
os sindicatos passassem a fiscalizar as contribuições trabalhistas e
previdenciárias das empresas.
"Pedi ao ministro que obrigasse
as empresas a divulgarem para os
trabalhadores os depósitos e contribuições trabalhistas. Esse dinheiro é do trabalhador", afirmou.
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