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ASSISTÊNCIA MÉDICA
Para entidades de defesa do consumidor, governo atendeu a interesses de empresas e não unificou a legislação
Regras para planos de saúde são criticadas
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Entidades de defesa dos consumidores criticaram o pacote de
mudanças para os planos de saúde anunciado ontem pela ANS
(Agência Nacional de Saúde Suplementar). Para elas, foram atendidos principalmente os interesses das seguradoras e operadoras
de planos e as novas regras pulverizaram ainda mais a legislação.
O ponto mais criticado é a manutenção, para os novos contratos, da regra atual que prevê a variação máxima de 500% entre as
mensalidades da menor e da
maior faixa etária de cada plano.
"É escandaloso", diz Karina Rodrigues, advogada do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor).
Segundo ela, não há explicação
técnica para a oscilação. "O governo ficou um ano sem tomar
uma decisão para o setor e na primeira reproduz o que as empresas queriam", afirma Mário
Scheffer, representante de usuários no Conselho Nacional de
Saúde. Segundo Hilma Araújo,
técnica do Procon-SP, "o novo
sistema exclui mais cedo o acesso
do idoso ao plano de saúde." A
ANS não se manifestou.
O fim do aumento de 500% foi
prioridade para as entidades nas
discussões sobre a aplicação do
Estatuto do Idoso, sancionado em
outubro, aos planos. O estatuto,
que entra em vigor em janeiro de
2004, impediu reajustes dos planos de pessoas com mais de 60
anos. A mudança só vale para novos contratos.
As entidades defenderam, durante a consulta pública sobre a
regulamentação, que os aumentos não fossem simplesmente deslocados para perto dos 59 anos e
uma relação de três vezes entre os
valores das faixas etárias extremas, além da redução de faixas.
O pacote não atende as reivindicações. Cria dez faixas etárias de
reajuste dos 0 aos 59 anos, proposta levada pelas empresas. Antes, eram sete faixas. A variação
acumulada nas três últimas faixas
não poderá ser maior do que a das
sete primeiras. Os aumentos poderão ocorrer de cinco em cinco
anos, exceto para a primeira faixa,
de 0 a 18 anos. Nos contratos
atuais, os reajustes são a cada dez.
O pacote também cria regras
para a adaptação de contratos.
Colaborou Fabiana Futema,
da Folha Online
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