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Operadoras colocam eficácia em dúvida
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
As operadoras de planos de saúde consideram positivo o esforço
do governo em tentar unificar os
dois mercados de planos existentes, mas duvidam da eficácia das
medidas anunciadas ontem pelo
Ministério da Saúde e pela ANS
(Agência Nacional de Saúde). Hoje, 59% dos usuários têm planos
anteriores a 1999, que não garantem assistência integral. Outros
41% estão nos novos planos, que
cobrem todas as doenças.
Ao permitir que as operadoras
solicitem reajustes acima do limite de 25% - ou 15% na média das
carteiras- para fazer a migração,
a ANS deixou uma porteira aberta
que poderá inviabilizar a medida.
"Muitas empresas pedirão um índice próprio, mais alto, o que inviabilizará a migração para a
maioria dos usuários. Além disso,
os que não tiverem condição financeira não migrarão mesmo
que o reajuste seja baixo", diz Luiz
Fernando Figueiredo, presidente
da CRC (Consultoria e Administração em Saúde).
Segundo Horácio Cata Preta,
presidente da Fenaseg (Federação
Nacional dos Seguros Privados e
de Capitalização), "o conjunto de
medidas, no geral, é positivo, mas
o limite de 25% para os reajustes
na migração é um número mágico, ninguém sabe de onde saiu".
Na opinião de Cata Preta, há risco de ocorrer desequilíbrio econômico-financeiro em uma carteira, caso apenas uma parte dos
usuários - "os doentes e os mais
idosos"- resolvam migrar de
planos antigos para os novos.
Para Celso Barros, presidente da
Unimed do Brasil, com 11,5 milhões de clientes, só se houver
uma migração maciça, os 15% a
25% de reajuste na mudança poderão ser suficientes. "No caso da
Unimed, seria necessário um aumento médio de 22% nos preços,
se todos os usuários de planos antigos migrassem para os novos",
diz Barros.
Outro problema é na definição
das faixas etárias para enquadrar
os planos de saúde no Estatuto do
Idoso. Haverá 10 faixas e a última,
de 59 anos, não poderá custar
mais do que seis vezes o valor da
primeira. "O custo dos idosos será
diluído entre as demais faixas,
onerando os mais jovens; com isso o preço para os dependentes
vai aumentar", diz Cata Preta.
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