São Paulo, domingo, 24 de dezembro de 2006

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Outro lado

Advogado de acusado diz que denúncias são "completamente" infundadas

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado de Melford Vaughn Neto, Josemar Estigaribia, diz que são completamente infundadas as acusações de que seu cliente tenha feito remessas ilegais ao exterior.
"Meu cliente é um profissional de vida modesta. É um professor de direito que dá aulas quase todo dia até as 23h. O padrão de vida dele é incompatível com os valores divulgados na Itália e na Suíça", afirma.
Vaughn Neto, que é advogado tributarista, prestou serviços de planejamento tributário para a Parmalat, segundo seu defensor. Estigaribia diz que o tributarista foi contratado por Luca Sala, com quem chegou a manter uma sociedade na área de assistência tributária.
Segundo o advogado, seu cliente só cuidava dos aspectos legais da assessoria tributária. "Ele fazia a análise jurídica dos contratos, nunca conheceu a operação por inteiro."
Todos os trabalhos feitos por Vaughn Neto, segundo seu advogado, foram analisados e aprovados por escritórios de advocacia independentes. "Do ponto de vista jurídico, não há nenhuma suspeita de ilegalidade. Os contratos passaram por perícia na Itália, e a conclusão é a de que não havia ilegalidades", ressalta.
O advogado não respondeu se o seu cliente abriu uma conta na Suíça, como acusa a procuradoria daquele país. Diz só que "se essa conta foi movimentada por alguém ou recebeu aportes ilegais, o Melford nunca teve conhecimento dessa movimentação". De acordo com o advogado, seu cliente nunca foi laranja de Sala ou de alguém da Parmalat. "Ele nunca foi um empresta-nome", conta.
O médico ortopedista Artur Cleber Telini diz que não cometeu nenhuma irregularidade, mas não quis dar entrevista à Folha: "Não tenho nada a ver com essa história. Só vou me manifestar quando acabar a investigação".
A Folha pediu para entrevistar seu advogado, mas Telini contou que ele também não daria declarações até a conclusão das apurações sobre os desvios da Parmalat no Brasil.
A reportagem deixou três mensagens na última semana na residência de Andrea Sala, mas ele não ligou de volta para o jornal. A Folha solicitou à mulher de Sala o nome do advogado do executivo, também sem sucesso.
A reportagem não conseguiu localizar na última sexta-feira o advogado de Antonio Pires de Almeida.


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