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ANÁLISE
Guerra rápida evitaria colapso econômico
DA REDAÇÃO
"A economia permanece
muito errática. Não parece que, neste estágio, ela possa
se livrar de sua instabilidade", resume Lynn Reaser, economista-chefe do Banc of America Capital
Management.
Depois de dois anos no vermelho, as principais Bolsas já perderam mais de metade de seu valor
em relação ao pico atingido em
2000, ápice da euforia com a nova
economia. De lá para cá, apenas
nos EUA, US$ 7 trilhões evaporaram do mercado financeiro, valor
correspondente à desvalorização
dos papéis da empresas com
ações listadas nas Bolsas.
"É muito dinheiro, mesmo para
os padrões dos EUA", disse Carl
Tannenbaum, economista-chefe
do LaSalle Bank, em Chicago, para quem a queda nas Bolsas explica boa parte da retração dos investimentos. "A perda [de US$ 7
trilhões] equivale a três quartos
do nosso PIB."
Para os analistas, 2003 seria o
ano da recuperação, depois da recessão de 2001 e dos escândalos
contábeis do ano passado, mas
uma guerra no Oriente Médio pode significar o terceiro ano de
queda nos mercados financeiros.
Pior. Longe de apenas afetar o
bolso de especuladores e ricos investidores, a desvalorização das
ações, nos EUA e na Europa, significa retração nos investimentos,
menos consumo, fragilidade do
mercado de trabalho e, por fim,
mais debilidade econômica.
Mesmo os mais otimistas, que
criam numa retomada norte-americana (e mundial) no primeiro semestre deste ano, estão
refazendo suas projeções e já reconhecem a possibilidade de um
novo mergulho recessivo nos
EUA. Esse é o tom das análises
emitidas no Fórum Econômico
Mundial, em Davos.
No melhor dos cenários, a campanha contra o Iraque seria rápida e bem-sucedida. A confiança
de investidores, empresários e investidores seria restaurada, o preço do barril do petróleo cederia, e
a retomada ocorreria, então, na
segunda metade do ano.
"De uma maneira geral, a economia não parece estar preste a
desabar em recessão", diz Reaser,
do Banc of America. "Se pudéssemos resolver a situação no Iraque
da noite para o dia, os mercados e
a economia provavelmente reagiriam rapidamente."
Mais do que a guerra em si, que
de resto traz a ameaça de uma explosão nas cotações do petróleo,
as incertezas que se arrastam desde o final do ano passado representam uma enorme âncora aos
negócios. Ainda que existam sinais de retomada, empresários
adiam investimentos, postergando assim a possibilidade de um
recuperação mais sólida.
"As companhias olham para a
atual situação e dizem: "Por que
não esperar para ver se haverá ou
não uma guerra, e daí então pensar em expandir os planos?'", comenta Ethan Harris, do banco de
investimentos Lehman Brothers.
Com agências internacionais
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