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Lula herda dívida de R$ 10 bi do governo FHC
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva herdou do governo anterior
contas para pagar no valor de R$
10 bilhões. O ex-ministro da Fazenda Pedro Malan havia prometido deixar cerca de R$ 8,5 bilhões
para o novo governo, o que era
um valor médio anual verificado
até 2001.
Ontem, o secretário do Tesouro
Nacional, Joaquim Levy, disse
que o volume de "restos a pagar"
do Orçamento de 2002 ainda pode ser mudado nos próximos dias
porque ainda está sendo apurado.
No ano passado, o governo teve
de fazer um planejamento para
cancelar despesas que haviam sido contratadas até 2001, mas não
haviam sido pagas até então. O
volume de despesas transferidas
para 2002 foi de R$ 13 bilhões.
Parte dessas transferências é explicada pela necessidade de atingir os resultados fiscais negociados com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Outra parte é
resultado de atrasos na programação de gastos dos ministérios.
Superávit
Levy divulgou que o governo
central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central)
conseguiu economizar R$ 30,043
bilhões no ano passado para pagar juros da dívida pública, o que
se chama de superávit primário.
Segundo Levy, o resultado a ser
divulgado pelo Banco Central na
semana que vem, com a metodologia acertada com o FMI, deverá
ser superior a R$ 31,5 bilhões.
Portanto o governo anterior conseguiu cumprir a meta de economizar R$ 30,7 bilhões em 2002.
A meta seria descumprida caso
os ministérios gastassem tudo o
que o Tesouro liberou ao longo do
ano. No final de novembro do ano
passado, os ministérios tinham
cerca de R$ 5,2 bilhões em caixa.
Em dezembro, as despesas com
custeio e investimentos aumentaram 90% em relação a novembro
porque parte desse caixa foi consumida. Assim mesmo, Levy informou que cerca de R$ 1,2 bilhão
deixou de ser gasto em 2002.
"Esses gastos têm um ritmo
próprio. Os ministérios têm autonomia para gastar. O importante
é que nós cumprimos a meta com
tranquilidade", afirmou o secretário. Em dezembro, o déficit do
governo foi de R$ 4,7 bilhões.
O superávit primário do governo central em 2002 atingiu 2,3%
do PIB (Produto Interno Bruto).
No ano passado, foi de 1,8%.
A arrecadação do governo central em 2002 cresceu R$ 50 bilhões
em relação a 2001, e as despesas,
R$ 31,5 bilhões.
Além dos aumentos relacionados à reestruturação de carreiras e
reajuste salarial do funcionalismo, as despesas cresceram por
causa de uma emenda constitucional ligada ao setor de saúde
que vincula o volume de gastos ao
crescimento do PIB.
Também aumentaram os gastos
com educação (25,9%), e o Ministério dos Transportes transferiu
R$ 1,3 bilhão para os Estados por
causa do repasse de parte da malha rodoviária federal para esses
governos.
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