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São Paulo, sábado, 25 de janeiro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Desde 18 de dezembro, a Bolsa não ficava em patamar tão baixo; só ontem, queda foi de 3,39%

Bovespa fecha abaixo dos 11 mil pontos

DA REPORTAGEM LOCAL

Em mais um dia negativo para o mercado de capitais, o Ibovespa fechou em baixa de 3,39% aos 10.783 pontos. O índice, que mede a rentabilidade dos 55 papéis mais comercializados na Bolsa de Valores de São Paulo, não fechava abaixo de 11 mil pontos desde 18 de dezembro. Na semana, a desvalorização foi de 7,6%.
"Esses últimos dias foram muito ruins. Com as Bolsas nos Estados Unidos caindo e o aumento da tensão geopolítica internacional não havia como termos um cenário positivo aqui", disse Eduardo Fornazier do Santos Asset Management.
Realmente ontem a maioria dos mercados de investimentos fecharam em queda. O risco-país disparou mais de 4% e o dólar alcançou o maior valor do ano.
Dos papéis comercializados na Bovespa, somente quatro fecharam em alta.
A Vale do Rio Doce, que havia sofrido fortes quedas quando o dólar passou por sucessivas desvalorizações no início do ano. Isso porque a empresa é exportadora e, portanto, boa parte de sua receita é atrelada à variação da moeda norte-americana. Como o dólar subiu, a cotação da empresa acompanhou. As ações ordinárias da empresa lideraram as altas do dia, com valorização de 1,7%, seguida pelas preferenciais que subiram 1,4%.
A Klabin, empresa do setor de papel e celulose, foi a terceira maior alta do dia, com valorização de 0,9% das ações preferenciais. Em quarto figurou a AmBev PN, que subiu 0,8%. Por fim, com alta de apenas 0,01%, veio a ação PN do Itaú.
Entre as baixas figuraram todas as outras 51 ações que fazem parte do Ibovespa.
A maior queda foi a Net PN (9,5%). "A empresa é muito endividada em dólar e é racional que caia em um dia em que o dólar dispara", disse Fornazier.
Segundo ele, as quedas da Petrobras PN (6,9%) e Eletrobras ON (6,3%) podem ser em parte explicadas pela forte relação dessas empresas com o país. "São empresas públicas e, quando o risco-país se eleva, elas sofrem. Por enquanto, com a quase certeza de que haverá uma guerra logo, muitos investidores estão preferindo tirar seus recursos de aplicações arriscadas, e o Brasil é visto por muitos como uma aplicação desse tipo", afirmou Fornazier.
(GEORGIA CARAPETKOV)


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