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MERCADO FINANCEIRO
Desde 18 de dezembro, a Bolsa não ficava em patamar tão baixo; só ontem, queda foi de 3,39%
Bovespa fecha abaixo dos 11 mil pontos
DA REPORTAGEM LOCAL
Em mais um dia negativo para
o mercado de capitais, o Ibovespa
fechou em baixa de 3,39% aos
10.783 pontos. O índice, que mede
a rentabilidade dos 55 papéis mais
comercializados na Bolsa de Valores de São Paulo, não fechava
abaixo de 11 mil pontos desde 18
de dezembro. Na semana, a desvalorização foi de 7,6%.
"Esses últimos dias foram muito ruins. Com as Bolsas nos Estados Unidos caindo e o aumento da tensão geopolítica internacional não havia como termos um
cenário positivo aqui", disse
Eduardo Fornazier do Santos Asset Management.
Realmente ontem a maioria dos
mercados de investimentos fecharam em queda. O risco-país
disparou mais de 4% e o dólar alcançou o maior valor do ano.
Dos papéis comercializados na
Bovespa, somente quatro fecharam em alta.
A Vale do Rio Doce, que havia
sofrido fortes quedas quando o
dólar passou por sucessivas desvalorizações no início do ano. Isso
porque a empresa é exportadora
e, portanto, boa parte de sua receita é atrelada à variação da moeda norte-americana. Como o dólar subiu, a cotação da empresa
acompanhou. As ações ordinárias
da empresa lideraram as altas do
dia, com valorização de 1,7%, seguida pelas preferenciais que subiram 1,4%.
A Klabin, empresa do setor de
papel e celulose, foi a terceira
maior alta do dia, com valorização de 0,9% das ações preferenciais. Em quarto figurou a AmBev PN, que subiu 0,8%. Por fim, com
alta de apenas 0,01%, veio a ação
PN do Itaú.
Entre as baixas figuraram todas
as outras 51 ações que fazem parte
do Ibovespa.
A maior queda foi a Net PN
(9,5%). "A empresa é muito endividada em dólar e é racional que
caia em um dia em que o dólar
dispara", disse Fornazier.
Segundo ele, as quedas da Petrobras PN (6,9%) e Eletrobras
ON (6,3%) podem ser em parte
explicadas pela forte relação dessas empresas com o país. "São
empresas públicas e, quando o
risco-país se eleva, elas sofrem.
Por enquanto, com a quase certeza de que haverá uma guerra logo,
muitos investidores estão preferindo tirar seus recursos de aplicações arriscadas, e o Brasil é visto
por muitos como uma aplicação
desse tipo", afirmou Fornazier.
(GEORGIA CARAPETKOV)
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