São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

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TRABALHO

No ano passado, resultado negativo ficou em R$ 37,6 bilhões; aumento do mínimo para R$ 350 vai agravar déficit

Rombo da Previdência deve ir a R$ 50 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento do salário mínimo para R$ 350 a partir de abril empurrará o déficit da Previdência Social para a casa dos R$ 50 bilhões. No ano passado, as contas previdenciárias fecharam com um saldo negativo de R$ 37,6 bilhões e, na proposta orçamentária para 2006, a hipótese mais pessimista previa um rombo de R$ 46,1 bilhões neste ano.
O reajuste anunciado ontem pelo governo beneficiará 13 milhões de aposentados e pensionistas que ganham até um salário mínimo. Outros 2,7 milhões de brasileiros que recebem benefícios assistenciais também terão direito ao aumento. Nesse caso, no entanto, o custo do aumento não recai sobre o caixa da Previdência -o efeito é direto nas contas do Tesouro Nacional.
Também fica de fora do caixa da Previdência o pagamento de outros benefícios atrelados ao salário mínimo, como o seguro-desemprego e o abono salarial do PIS/Pasep (conhecido como 14º salário). Esses benefícios são pagos com dinheiro proveniente do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).
Com o aumento real do piso salarial, os mais de 8 milhões de aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo começarão a pressionar o governo por reajustes equivalentes.

Acima da inflação
Nos últimos anos, tanto o governo Lula quanto o de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), reajustaram os benefícios acima do mínimo apenas pela inflação. Os aposentados protestam contra essa política e argumentam que isso vem achatando o valor dos benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
No ano passado, eles receberam um reajuste de 6,35%. Para os benefícios equivalentes ao mínimo, houve aumento acima da inflação de 7,9%, segundo dados do governo. Em 2004, os aposentados que ganham acima do piso salarial tiveram reajuste de 4,56%, enquanto os demais ganharam aumento de 8,3%. O ganho real foi de 2,2%.
O reajuste de quem ganha mais de um salário mínimo deverá ficar próximo de 5% e deverá ser concedido somente em junho.


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