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Infraestrutura vê cenário incerto para 2010
Para este ano, empresários da indústria de bens de capital ainda preveem crescimento de até 10% na produção
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria de bens de capital
prevê desaceleração nos negócios ao longo deste ano, como
efeito da crise financeira mundial. Levantamento feito pela
Abdib (Associação Brasileira da
Infraestrutura e Indústria de
Base) com os principais empresários do setor mostra, porém,
que a expectativa para este ano
ainda é produzir entre 5% e
10% mais do que no ano passado. No acumulado dos últimos
12 meses terminados em novembro de 2008, a produção de
bens de capital cresceu 17,9%.
Paulo Godoy, presidente da
Abdib, diz que alguns segmentos dentro do setor deverão sofrer mais do que outros o impacto da crise, como a indústria
de bens sob encomenda para os
setores de siderurgia, mineração, cimento e papel e celulose.
As indústrias de equipamentos para as áreas de energia elétrica, petróleo e gás, para ele, já
terão mais demanda devido às
iniciativas para concessão de
crédito de longo prazo.
"Maior demanda em alguns
setores deve compensar a queda em outros, até porque alguns projetos já estão em andamento. Na média, achamos que
ainda haverá crescimento neste ano. O cenário mais incerto é
para 2010."
Os empresários estão preocupados, segundo ele, com o
desempenho da economia chinesa. "A perspectiva é que a
China coloque no mercado internacional o que não for absorvido no mercado chinês, como forma de compensar a queda na atividade interna."
O setor reunido na Abdib
emprega, segundo Godoy, cerca de 250 mil pessoas. Segundo
ele, o emprego vai seguir o comportamento da demanda dos
setores e, na média, deverá ser
mantido neste ano.
BNDES
A injeção de R$ 100 bilhões
no BNDES anunciado pelo governo federal foi bem recebida
pelo setor. "Fortalecer o "funding" do BNDES é crucial para
minimizar os efeitos da crise no
mercado interno. Se caminharmos no sentido de fortalecer o
crédito de longo prazo, haverá
compensação em relação ao
emprego e à atividade", diz.
Quanto aos investimentos do
setor, segundo Godoy, haverá
ligação direta com as concessões públicas e as demandas
dos diversos setores. "O setor
vai investir mais ou menos na
medida em que houver demanda", afirma Godoy.
(FÁTIMA FERNANDES)
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