São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2009

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Infraestrutura vê cenário incerto para 2010

Para este ano, empresários da indústria de bens de capital ainda preveem crescimento de até 10% na produção

DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria de bens de capital prevê desaceleração nos negócios ao longo deste ano, como efeito da crise financeira mundial. Levantamento feito pela Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base) com os principais empresários do setor mostra, porém, que a expectativa para este ano ainda é produzir entre 5% e 10% mais do que no ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses terminados em novembro de 2008, a produção de bens de capital cresceu 17,9%.
Paulo Godoy, presidente da Abdib, diz que alguns segmentos dentro do setor deverão sofrer mais do que outros o impacto da crise, como a indústria de bens sob encomenda para os setores de siderurgia, mineração, cimento e papel e celulose.
As indústrias de equipamentos para as áreas de energia elétrica, petróleo e gás, para ele, já terão mais demanda devido às iniciativas para concessão de crédito de longo prazo.
"Maior demanda em alguns setores deve compensar a queda em outros, até porque alguns projetos já estão em andamento. Na média, achamos que ainda haverá crescimento neste ano. O cenário mais incerto é para 2010."
Os empresários estão preocupados, segundo ele, com o desempenho da economia chinesa. "A perspectiva é que a China coloque no mercado internacional o que não for absorvido no mercado chinês, como forma de compensar a queda na atividade interna."
O setor reunido na Abdib emprega, segundo Godoy, cerca de 250 mil pessoas. Segundo ele, o emprego vai seguir o comportamento da demanda dos setores e, na média, deverá ser mantido neste ano.

BNDES
A injeção de R$ 100 bilhões no BNDES anunciado pelo governo federal foi bem recebida pelo setor. "Fortalecer o "funding" do BNDES é crucial para minimizar os efeitos da crise no mercado interno. Se caminharmos no sentido de fortalecer o crédito de longo prazo, haverá compensação em relação ao emprego e à atividade", diz.
Quanto aos investimentos do setor, segundo Godoy, haverá ligação direta com as concessões públicas e as demandas dos diversos setores. "O setor vai investir mais ou menos na medida em que houver demanda", afirma Godoy.
(FÁTIMA FERNANDES)


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